Startup usa blockchain para gerar renda básica e tentar eliminar pobreza extrema no mundo até 2030

Plataforma da ImpactMarket permite que as doações sejam convertidas em tokens de governança do sistema descentralizado de renda básica

Para uns a blockchain é uma tecnologia de se criar e negociar critomoedas, desenvolver jogos e outros espaços no metaverso, projetar soluções disrutivas nos mais variados setores, entre diversas outras possibilidades de mercado. Mas, para milhares de pessoas ao redor do mundo a blockchain já é sinonimo de sobrevivência, um amparo a seres humanos que, em pleno século XXI, ainda se encontram exilados no  “planeta fome”, onde quase tudo lhes é negado, que não esteja relacionado ao sofrimento.

No final de dezembro de 2021 a startup portuguesa ImpactMarket lançou o token PACT de finanças descentralizadas (DeFi), cujas recompensas não estão relacionadas a tokens não fungíveis (NFTs) no metaverso e que não passam pelo enfrentamento de monstros alienígenas, por exemplo. Porque neste caso o “jogo” da empresa é promover a governança da plataforma de doações e tentar erradicar a pobreza extrema no mundo até 2030, além de promover o desenvolvimento econômico nas comunidades mais fragilizadas, de maneira descentralizada. 

No momento desta escrita, o dashboard da ImpactMarket, referente aos principais indicadores de arrecadação e distribuição de “renda básica aos beneficiários por meio de contratos comunitários RBI (Renda Básica Universal)” indicava uma arrecadação total aproximada de US$ 2,16 milhões de 4625 doadores. Deste montante, aproximadamente US$ 1,7 milhão foi distribuído entre um total de  23.283 beneficiários, distribuídos em 142 comunidades de 27 países, de acordo com a startup lançada em setembro de 2020. 

O mapeamento indica que o Brasil lidera a lista dos cinco países com maior número de  beneficiários, 13.846 pessoas atendidas, seguido pela Venezuela com 2.598 pessoas, Gana com 1957, Quênia com 1.301, Uganda com 805 e Nigéria com 491 pessoas beneficiadas. 

A Boa União é uma das comunidades atendidas pelo projeto, segundo a plataforma. O mapeamento, no momento desta edição, indicava que 787 pessoas desta comunidade da cidade de Lauro de Freitas, na Bahia, estão sendo atendidas com uma renda média mensal de R$ 250, graças ao aporte de aproximadamente US$ 68 mil vindos de 39 doadores.

Outro exemplo é o Campo de Refugiados de Kakuma, no Quênia, o maior do mundo, com 184 mil pessoas, responsável por receber pessoas em sua maioria da Somália, Sudão do Sul e Etiópia, atingidas por guerras civis. Segundo o mapeamento, cerca de US$ 26 mil foram arrecadados até o momento, apenas 5% da meta de  US$ 518,8 mil. Atualmente 1297 pessoas estão sendo beneficiadas pela Renda Básica Incondicional (RBI) na comunidade do país africano, onde o clima é severo e há surtos de doenças e  animais peçonhentos segundo a startup.

De acordo com o whitepaper do projeto, a meta é atender mais de1 bilhão de pessoas até 2030 por meio de uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO) para que o “alívio da pobreza” aconteça com uma governança democrática, autônoma, justa e independente. Para assegurar a “primazia do objetivo individual e social sobre o capital.”

Entre os 27 países com comunidades atendidas pelo projeto também estão Afeganistão, Argentina, Cabo Verde, Camarões, Colômbia, Filipinas, Guatemala, Honduras, Iémen, Índia, Indonésia, México, Peru, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Zimbábue.

No caso do Brasil, o número de beneficiários registrou um aumento de quase 40% em relação aos números apresentados pela ImpactMarket no início de 2021, quando a startup anunciou um total de aproximadamente 10 mil pessoas atendidas com rendá básica por meio do projeto, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
 

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