Spotify pretende integrar NFTs à sua plataforma para não ficar de fora da revolução da Web3

A abertura de duas vagas de trabalho relacionadas a Web3 e tecnologias emergentes indica que o gigante dos serviços de streaming não quer ficar para trás no mercado bilionário dos tokens não fungíveis.

A abertura de dois novos postos de trabalho com foco em tecnologias emergentes e Web3 indicam que o Spotify está planejando abocanhar uma fatia do mercado bilionário de NFTs ao mesmo tempo que pretende incrementar as receitas destinadas aos artistas que utilizam a plataforma, revelou reportagem do Financial Times publicada nesta quinta-feira, 17.

As vagas miram profissionais aptos a desenvolver projetos em estágio embrionário com foco em produtos e serviços para a Web3. O primeiro posto é destinado a um engenheiro para fazer parte da equipe de “crescimento experimental” da empresa. “Essa pequena equipe de full stack é responsável por impulsionar o crescimento [da plataforma] por meio de novas tecnologias, como a Web3”, dizia o anúncio.

A outra busca um gerente para o grupo de “Inovação e Inteligência de Mercado” com experiência em “indústrias criativas, criação de conteúdo, mídia, Web3 e tecnologias emergentes”, que seja capaz de “contribuir para a concepção de Spotify Moonshots”, um termo utilizado pela empresa para novos projetos com potencial disruptivo.

Contactada pela reportagem do Financial Times, representantes da empresa preferiram não se manifestar a respeito dos planos específicos do Spotify que motivaram a abertura de vagas para estes profissionais.

NFTs –  um mercado bilionário

Somente em 2021, o mercado de NFTs movimentou mais de US$ 25 bilhões, de acordo com dados da plataforma de monitoramento de dApps, Dapp Radar. Embora colecionáveis, personagens e itens de jogos play-to-earn, terrenos virtuais e obras de arte digital tenham sido os principais impulsionadores desse setor do mercado de criptomoedas, muitos espeicialistas estão apontando que a indústria musical será responsável pela popularização de novos casos de uso para os tokens não fungíveis em 2022.

Por exemplo: a venda de álbuns digitais com bônus exclusivos ou a utilização de NFTs para franquear acesso a experiências personalizadas em shows. Fãs que adquirirem seu ingresso em NFT poderão ter acesso a peças de merchanising únicas e passe livre em áreas VIP e bastidores.

No ano passado, músicos como o DJ Steve Aoki, a banda Kings of Leon, o vocalista do Linkin Park, Mike Shinoda, e a cantora Grimes exploraram os recursos inovadores dos NFTs para testar novos modelos de geração de receita e de relação com os fãs. NFTs do Bored Ape Yacht Club foram arregimentados pela gravadora Universal para formar uma banda virtual nos moldes do Gorillaz, e o rapper Snoop Dogg fechou uma parceria com o metaverso The Sandbox para criar um espaço temático na plataforma.

No final do ano passado startups criptonativas como Royal e Catalog começaram a lançar NFTs criadas pelos próprios músicos, testando um modelo de negócios alternativo em que os fãs financiam a produção dos seus artistas favoritos através de criptoativos e ainda podem ser recompensados por isso.

Os casos bem sucedidos revelaram-se muito mais lucrativos para os artistas em comparação com serviços de streaming como o Spotify, que paga frações de centavos de dólar para cada vez que uma música é acessada através da plataforma.

Em um movimento que tem se tornado comum neste início de ano, o Spotify é o mais recente gigante da tecnologia a recorrer a tecnologia blockchain para competir com startups de criptomoedas. Esta semana, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, confirmou que a empresa está “trabalhando para trazer NFTs para o Instagram em breve.”

No ano passado, o Twitter anunciara um serviço de verificação de autenticidade de NFTs utilizados em fotos de perfil pelos usuários da rede social.

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