Spotify investe em ‘ilhas’ temáticas no metaverso para introduzir experiências de gamificação em sua plataforma

“Spotify Island” é um espaço interativo no Roblox para conectar artistas e fãs com recursos imersivos e multidimensionais.

O “Spotify Island” é a primeira experiência imersiva de uma plataforma de streaming musical no metaverso. O espaço multidimensional do Spotify no Roblox inaugurado em maio incorpora recursos de gamificação à experiência dos usuários de forma a conectá-los diretamente com os artistas através de ferramentas de produção musical e desafios que franqueiam acesso a conteúdos exclusivos de bandas e cantores, além de “recompensas escondidas”.

Além de largar na frente na corrida das plataformas de streaming musical rumo ao próximo estágio da internet, mais interativo e envolvente, o principal desafio do Spotify foi criar novas ferramentas e experiências sem que a música ficasse em segundo plano, como explicou Marie Ronn, diretora criativa global do Spotify, em reportagem da Época Negócios publicada em 13 de julho:

“A Spotify Island é completamente diferente de tudo que já fizemos antes como marca. Construímos, do zero, toda uma experiência interativa que captura o verdadeiro espírito do Spotify. Foi necessário reimaginar nossa marca no Roblox como um destino totalmente imersivo e multidimensional”.

O investimento da empresa no metaverso tem como foco atrair uma nova geração de usuários, afirmou Ronn:

““No fim das contas, queremos alcançar a próxima geração de gamers, onde quer que eles estejam, enquanto criamos novas oportunidades para fãs e artistas se envolverem e jogarem.”

A divisão do espaço em ilhas temáticas visa atender a públicos amplos e diversos, criando comunidades em torno de artistas e interesses comuns. A primeira foi dedicada ao K-Pop, um gênero muito popular entre adolescentes em que o som é tão importante quanto a imagem e as interações viabilizadas por redes sociais.

Economia dos criadores

Embora tenha optado por basear o “Spotify Island” no Roblox, uma plataforma centralizada, a proposta do projeto prevê que os artistas tenham liberdade para criar produtos e experiências digitais monetizáveis, cuja renda gerada será revertida integralmente para os próprios criadores. Segundo a diretora criativa do Spotify, a missão da empresa é “viabilizar que os criadores vivam de seu trabalho”:

“Essas experiências únicas oferecem novas possibilidades para fãs e artistas aprofundarem sua conexão, ao mesmo tempo em que permitem que fãs e seus avatares literalmente entrem na visão de um artista.”

A iniciativa visa proteger a empresa das críticas recorrentes de que a empresa não remunera adequadamente os artistas – os valores por faixa reproduzida ficam entre US$ 0,003 e US$ 0,005. O modelo de negócios da plataforma é tão desfavorável ou até pior do que o das grandes gravadoras, gerando rendimentos significativos apenas para uma parcela ainda mais reduzida de artistas.

No entanto, a escolha da cantora Sunmi e do grupo Stray Kids para as duas primeiras colaborações do Spotify com foco no metaverso indicam que o novo modelo tende a beneficiar igualmente nomes consagrados do mercado.

Em março, chamou a atenção da comunidade cripto que o Spotify abriu duas vagas de trabalho com foco no desenvolvimento de produtos e soluções para Web3. Até agora, não se tem notícia dos resultados concretos da iniciativa.

Mesmo assim, em maio, o gigante do streaming anunciou que faria testes visando a incorporação de NFTs em perfis oficiais de músicos e bandas em sua plataforma, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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