Exclusivo: sócios da BWA saíram do Brasil em agosto e dezembro de 2019 para os EUA e não retornaram; ambos são investigados pela Polícia Civil

Os sócios da empresa que oferecia investimentos em criptomoedas BWA, de Santos (SP), deixaram o Brasil em agosto e dezembro de 2019, conforme a Polícia Civil do litoral paulista confirmou ao escritório de advocacia Cury & Moure, que representa um grupo de clientes que processa a BWA.

Os dois sócios da empresa que oferecia rendimentos com investimentos em Bitcoin BWA, de Santos (SP), deixaram o Brasil em agosto e dezembro de 2019 com destino aos Estados Unidos, conforme a Polícia Federal confirmou ao escritório de advocacia Cury & Moure, que representa um grupo de clientes que processa a BWA.

A informação foi revelada com exclusividade ao Cointelegraph Brasil por um dos advogados do grupo, João Pedro Gazolla. A Polícia Federal confirmou que Jéssica da Silva Farias, sócia da BWA, deixou o Brasil em 14 de agosto de 2019, sem mais retornar ao país. Já o empresário Paulo Bilibio, o outro sócio da empresa, deixou o país em 3 de dezembro e também não voltou mais:

“A gente pediu, depois de um retorno negativo de citação do Paulo Bilibio e da sua sócia Jéssica, para a Polícia Federal informasse se eles saíram do país, e se se saíram se haviam retornado, o último registro migratório deles. Na resposta, a Polícia Federal disse que no dia 3 de dezembro o Sr. Paulo saiu do Brasil com destino a Miami, se não me engano, e a Jéssica já havia saído em agosto. Pelo que eu entendi ela saiu bem antes do esquema estourar, talvez já prevendo o que ocorreria”.

De fato, em ofício enviado pela Delegada da Polícia Federal Luciana Duschini Nave, é informado à Justiça que Paulo Bilibio e Jéssica Farias deixaram o país com destino a Miami e Orlando, respectivamente, nos Estados Unidos.

O advogado também descreveu ao Cointelegraph Brasil o que se sabe sobre o suposto esquema comandado pela BWA:

“Pelo que a gente consegue entender, com base no que os clientes passaram e o que vimos na mídia, os contratos versavam mais sobre um rendimento fixo, que variava de 5 ou 3% ao mês, mas no qual a volatilidade do Bitcoin não era levada em consideração. O que eles tinham em Bitcoin, se é que tinham, porquê a gente não tem certeza disso. Pelo que a gente entende do esquema eles recebiam o dinheiro dessas pessoas, primeiro um mínimo de R$ 300 mil e depois diminuiu para R$ 30 mil, e usavam esse dinheiro para pagar outras pessoas”.

A BWA é investigada pela Polícia Civil de Santos por lavagem de dinheiro e estelionato, deixando um rastro de milhares de clientes e milhões de reais em desfalques.

Recentemente, o grupo representado pelo escritório Cury & Moure conseguiu liminares para série de bloqueios em contas e bens dos sócios da empresa para tentar o ressarcimento dos clientes. Ele disse diz ainda que o grupo desfalcado pela BWA também tenta na Justiça o bloqueio de outras pessoas ligadas ao sócios da empresa, como cônjuges e filhos.

Segundo Gazolla, somente o grupo representado pelo escritório perdeu cerca de R$ 2 milhões com a BWA. Como os responsáveis pela empresa estão fora do Brasil, o advogado diz que eles cerão citados através de edital público, diante da impossibilidade de notificação judicial, para que o processo tenha seguimento.

Recentemente, um dos clientes afetados pela empresa, Guilherme Aere dos Santos, que é acusado de acusar Paulo Bilibio em 2018 com ajuda de policiais, conseguiu bloquear R$ 3 milhões ligados a Jéssica da Silva Farias.

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