Senadores convocam Banco Central para saber o que e esse tal de ‘Real Digital’
O Senado nacional convocou representantes do Banco Central para entender melhor o que é o Real Digital que a instituição pretende emitir, em fase de testes, a partir de 2022
O Senado nacional convocou representantes do Banco Central do Brasil, BC, para entender melhor o que é o Real Digital, Moeda Digital de Banco Central (CBDC) que a instituição pretende emitir, em fase de testes, a partir de 2022.
A iniciativa de convocar o BC partiu do presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CCT), senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL).
“Precisamos saber em que pé isso está e qual o benefício que trará para o povo brasileiro. O assunto é importante e diferente”, afirmou Cunha.
A iniciativa do presidente da CCT recebeu o apoio do senador Jean Paul Prates (PT-RN), que destacou a diferença entre criptomoeda, como o Bitcoin (BTC) e CBDC afirmando que embora ambas sejam consideradas ‘moedas digitais’, no caso do CBDC ela é controlada por instituições reconhecidas por um governo, como os bancos centrais.
“Gostaria de ressaltar que não se trata de criptomoeda brasileira livre, mas de uma moeda regulada pelo Banco Central. Esse é um assunto ainda desconhecido das pessoas, importante e diferente, de inovação, que precisamos discutir”, disse Jean Paul.
A data dessa audiência ainda será confirmada pelo Senado.
Real Digital em 2022
Recentemente Fabio Araujo, responsável pelo projeto do Real Digital dentro do BC, afrimou que em 2022 o país começará as provas de conceito, PoC, com o Real Digital e, dentro delas, haverá o uso de blockchain.
Araujo destaca que o Banco Central acredita que há bastante ganhos para o sistema financeiro nacional ao usar uma plataforma blockchain, contudo ressalta que o BC ainda precisa esgotar todas as possibilidades do Pix antes de explorar uma nova plataforma.
“Eu não posso dizer que nós vamos usar esta ou aquela tecnologia porque ainda estamos muito longe do horizonte de implementação do sistema do Real Digital”, afirmou.
O economista destacou ainda que o Banco Central vem pensando no Real Digital como uma espécie de token nativo de um grande ecossistema de informação e tecnologia financeira que foi inaugurado com o Pix, terá seu crescimento com o Open Banking e verá sua maturidade com o CBDC.
“O Open Banking vai criar um ecossistema de ciclo de informação maior entre os participantes do sistema financeiro nacional e criar novos serviços no qual a CBDC (Real Digital) seria o tokens de liquidez o ponto de liquidez destes novos serviços financeiros digitais que podem surgir a partir do Open Banking”, revelou.
Nesta linha Araujo revelou que o BC pretende trazer este ambiente de inovação dos criptoativos para dentro do Banco Central e, com ele, impulsionar novos casos de uso para melhorar os serviços financeiros prestados para a população.
“Estes pontos fundamentais do ambiente cripto nós pretendemos trazer para dentro do nosso perímetro regulatório para fazer uma coisa massificada para dar acesso a mais pessoas. Nós pretendemos fazer uma coisa mais padronizada para que as pessoas possam fazer uso no dia a dia. O que a gente quer trazer é as tecnologias dos smart contractas e do Defi para dentro para que a gente possa atingir o público mais amplo”, disse.
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