Autoproclamado presidente da Venezuela diz que usou blockchain e criptomoedas para auxílio a médicos durante a pandemia

Apesar de poucos darem crédito, Juan Guaidó ainda defende que “governa” a Venezuela.

O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse em entrevista ao Estadão que usou “blockchain e criptomoedas” para auxiliar mais de 60 mil médicos durante a pandemia de coronavírus.

Na entrevista, Guaidó, que se “autoproclamou” presidente da Venezuela em 2019, defendeu um trabalho “transição” do governo Maduro, apesar de poucos ainda acreditarem que ele possui força política suficiente.

Sobre o Brasil, ele agradeceu o governo Bolsonaro por receber “os mais necessitados e vulneráveis que fugiram da ditadura”, defendendo que a ditadura da Venezuela “destruiu todas as relações com governos da região”.

Como noticiado pela mídia em geral, Bolsonaro vem defendendo “restaurar a democracia na Venezuela”, chegando a fechar a fronteira mais de uma vez unilateralmente para evitar que a pandemia se alastrasse.

Durante os últimos meses, porém, tanto ele quando Nicolás Maduro se equipararam na defesa da Cloroquina no tratamento da COVID-19, que não tem eficácia comprovada e foi comprada acima do valor de mercado pelo governo brasileiro.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, também fez visita polêmica na fronteira do Brasil com a Venezuela, que foi entendida como provocação pelo país vizinho.

Depois, ele explicou como conseguiu auxílio financeiro para 60 mil médicos na Venezuela: blockchain e criptomoedas.

“Conseguimos com o uso de fundos protegidos da Venezuela no exterior. Usamos tecnologia de “blockchain”, por meio de criptomoedas, para que o dinheiro fosse diretamente do fundo para o venezuelano. Foram quase 70 mil atendidos, recebendo US$ 100 por mês durante três meses, e selecionamos o pessoal da saúde sobretudo por conta da pandemia. Conseguimos articular uma licitação com várias empresas, mas algumas foram ameaçadas pela ditadura. O regime bloqueou páginas para que as pessoas não conseguissem se cadastrar.”

 

Sobre o acesso a uma reserva de ouro da Venezuela, que está presa na Inglaterra e é alvo de disputa entre Maduro e Guaidó, ele diz que quer “proteger o ouro” do país:

“Gostaríamos que a decisão tivesse sido a ratificação da anterior (de conceder a Guaidó o acesso ao ouro), mas não temos dúvida de que vão proteger o ouro da Venezuela para que seja usado em benefício do povo, e não para que a ditadura de Maduro use como mecanismo de pressão social, como também mostra o relatório de Michelle Bachelet, sobre como os fundos são usados para controle social e distribuição de alimentos. “

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