Segundo semestre será transformador para o mundo cripto
O mercado de criptomoedas é, inegavelmente, um dos mais dinâmicos e imprevisíveis do segmento financeiro. Simples movimentos, como a alta elevação dos juros, são capazes de fazer com que investidores direcionem seu patrimônio a ativos que oferecem menor risco e baixa volatilidade, resultando em uma queda brusca no setor.
Um exemplo disso foi em 2022, quando o mercado se recuperava da pandemia causada pela Covid-19 e houve elevação dos juros, impactando diretamente os investimentos no setor. Porém, desde o ano passado, foi possível perceber uma breve recuperação do setor a partir do momento em que esse aperto monetário forçou a queda da inflação, que resultou na recuperação de ações de empresas de tecnologia e no mercado de cripto – puxado pelo Bitcoin.
De acordo com dados do Banco Central do Brasil, a importação de criptomoedas registrou um crescimento anualizado de 110% no primeiro bimestre de 2024 no Brasil, totalizando US$ 2,9 bilhões, frente ao US$ 1,4 bilhão no mesmo período do ano passado. Para o segundo semestre de 2024, vários fatores prometem influenciar o mercado positivamente, desde mudanças regulatórias até inovações tecnológicas, sendo estas o coração pulsante do setor de criptomoedas.
Para favorecer esse movimento, houve a recente aprovação dos ETFs à vista de Bitcoin e de Ethereum nos Estados Unidos. Movimentos como estes impactam de forma positiva o mercado de cripto nacional e internacional, que passam a ser observados com bons olhos pelo mercado tradicional. É importante salientar que, em abril deste ano, tivemos o Halving do Bitcoin, evento programado no código que equilibra a quantidade de emissão, fazendo com que o estoque aumente mais devagar.
O ano seguinte ao Halving é sempre positivo para a criptomoeda, já que, em novembro de 2012, cresceu 7.956%; em julho de 2016, valorizou 270%; e em maio de 2020, elevou 533%. Podemos notar que a rentabilidade vem diminuindo à medida que o Bitcoin se consolida, mas entendemos que essa característica ainda se mantém para o próximo ano, mesmo considerando que o ciclo atual tenha apresentado um movimento de alta antecipado.
O que esperar do mundo cripto para o restante do ano?
De maneira geral, o mercado cripto deve desempenhar positivamente nos próximos meses, principalmente sobre protocolos que já têm uma aplicação e fundamento prévio, como o Bitcoin e o Ethereum, smart contracts – como Polygon – e DeFis muito utilizados – como o AAVE. Aqui no Brasil, o Banco Central segue no processo de estruturação do Drex, criando uma conexão entre o mercado financeiro tradicional e o de criptomoedas. Inclusive, durante o evento Finance of Tomorrow, que ocorreu em meados de agosto, no Rio de Janeiro, o diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, comentou que a tokenização é o assunto mais importante para o sistema financeiro na atualidade. No entanto, ainda deve levar um tempo porque as soluções atuais ainda não apresentaram a maturidade necessária para que se possa garantir o atendimento de todos os requisitos jurídicos relacionados à preservação da privacidade dos cidadãos.
Portanto, o segundo semestre de 2024 promete ser um período emocionante e transformador para o setor de criptomoedas, mas, como em qualquer setor emergente, haverá altos e baixos. E o mercado já está caminhando de forma positiva. Na última segunda-feira (12), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o registro do primeiro ETF da altcoin Solana do continente e prevê, em 2025, um contrato futuro de Ethereum.
Esse é um ativo que apresenta grande volatilidade, como qualquer nova tecnologia em processo de regulamentação, mas que vem crescendo, sendo reconhecido e, assim, favorecendo a alta do setor. Aqueles que estão dispostos a se adaptar e evoluir junto com o mercado provavelmente colherão os frutos dessa nova era financeira.
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