SEC multa celebridade do boxe em mais de R$ 3 milhões por promover criptomoeda

O multicampeão de boxe Floyd Mayweather e o DJ Khaled que promoveram Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs) consideradas ilegais pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) terão que prestar conta à Justiça americana.

As duas celebridades faziam parte de um seleto grupo em um site chamativo criado pelos fundadores da Centra, Sam Sharma e Robert Farkas, também citados pela SEC em abril deste ano, segundo a Forbes.

Os famosos contratados eram pagos para promoverem, geralmente em suas redes sociais, o projeto da criptomoeda sem nenhum respaldo das autoridades reguladoras.

No entanto, a SEC não os indiciou por fraude e considerou que eles também foram enganados pela Centra. A Agência, então, os penalizou por não divulgar o fato de que eles foram pagos para promover a falsa criptomoeda que levantou mais de US$ 32 milhões em 2017.

A startup havia prometido aos investidores que os recursos arrecadados seriam usados ​​para construir um conjunto de produtos financeiros, incluindo um cartão de débito com o apoio da Visa e da Mastercard, mas tudo era uma farsa.

De acordo com a Agência, Mayweather não divulgou pagamentos recebidos de três emissores de tokens, o que totalizou US$ 300 mil, sendo US$ 100 mil recebidos pela Centra. Já Khaled não informou um pagamento de US$ 50 mil também pagos pela startup.

Embora ambos não terem se manifestado publicamente, eles concordaram em acertar as contas com a Agência.

Mayweather vai pagar US$ 300.000 em restituição, multa de outros US$ 300.000 e US$ 14.775 de juros. Khaled concordou em pagar US$ 50.000 em ônus, multa de US$ 100 mil e US$ 2.725 em juros. Juntos, eles vão pagar US$ 767.500.

Outra punição foi proibir a atividade irregular. Conforme acerto com a reguladora, Mayweather vai abster-se de promover tokens ou qualquer tipo de títulos por três anos, enquanto Khaled  vai permanecer dois anos sem ser monetizado com tais propagandas, diz a nota.

No entanto, o caso não está encerrado. Este acerto foi apenas uma fase de um inquérito que ainda está sob investigação da SEC, com a supervisão do chefe da unidade cibernética, Robert A. Cohen.

A Agência alerta

Steven Peikin, diretor da Divisão de Fiscalização da SEC, alertou para que as pessoas não acreditem em tudo o que celebridades falam nas redes sociais referentes ao mercado de criptomoedas. Ela alega que eles também podem estar sendo vítimas de projetos fraudulentos.

“Os influenciadores de mídia social são frequentemente promotores pagos e não profissionais de investimento, e os títulos que eles estão divulgando, independentemente de serem emitidos usando certificados tradicionais ou no blockchain, podem ser fraudes”, advertiu o regulador.

Celebridades e criptomoedas

A febre das ICOs no ano passado foi que ocasionou o fenômeno da ‘criptomoeda da celebridade’, onde várias startup desembolsaram milhares de dólares para ter famosos provendo seu token, muitas vezes controverso.

Outro multicampeão mundial de boxe, o filipino Manny Pacquiao, foi nomeado como embaixador de uma startup cujo token seria específico para fãs.

O investimento sem precedentes dessas startups em publicidade com celebridades vai além da imagem. Elas geralmente associam a vida financeira da personalidade para passar mais segurança.


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