Golpistas entram de carrinho na Copa do Mundo com venda de documentos falsos e criptomoeda fake derretendo 71%
Principal evento do futebol, além de movimentar o mercado cripto, serve de ‘inspiração’ para hackers e projetos fraudulentos que tentam pegar carona no hype da competição.
Passaporte com visto de entrada, hospedagem e ingresso são essenciais para os torcedores estrangeiros prestigiarem os jogos da Copa do Mundo do Catar, mas não são suficientes. Isso porque o país da Ásia Continental instituiu uma espécie de visto exclusivo durante a competição, o Hayya Card (cartão Hayya), que compila todas as informações dos visitantes e cuja emissão está condicionada à aquisição de ingresso, passaporte, e hospedagem, entre outras informações.
A busca pelo cartão Hayya, documento obrigatório para entrada nos estádios e, inclusive, para a utilização do transporte público, parece ter servido de estímulo para os hackers para a venda de um modelo falsificado do documento. Foi o que observou a empresa de segurança cibernética CloudSEK nesta segunda-feira (28) ao identificar diversos canais no Telegram vendendo cartões Hayya a preços que variam entre US$ 50 e US$ 150.
“Para criar os cartões Hayya, os agentes da ameaça afirmam exigir as identidades válidas do comprador, como passaportes. E o pagamento só é aceito em Bitcoin”, informou a CloudSEK.
O cartão Hayya está longe de ser um caso isolado quando o assunto é oportunismo e golpe. Tanto que a CloudSEK observou que a criação de tokens que se passam por cvriptoativos oficiais da competição é outra frente utilizada por golpistas na tentativa de seduzir investidores e torcedores.
“Considerando que o Crypto.com é um patrocinador oficial da FIFA e a Binance fez parceria com Christiano Ronaldo para promover tokens não fungíveis para promover tokens não fungíveis [NFTs], os agentes ameaçadores estão pegando carona nesse hype para vender falsas ‘Moedas da Copa do Mundo’ e ‘ World Cup Token’, promovendo-os como criptomoeda”, observaram os pesquisadores.
Aparentemente, o World Cup Token (WCT) encontrava dificuldade para atrair os investidores, já que, além de uma mensagem do CoinMarketCap relacionada a não verificação do projeto, o token não movimentou mais do US$ 207 nas últimas 24 horas, pelo que apresentava o monitoramento.
Lançado no final de outubro “pegando carona” na identidade visual da Federação Internacional de Futebol (FIFA) da Copa do Mundo do Catar, o WCT parece ter experimentado seus “15 minutos de fama” durante os dois dias após seu lançamento, quando chegou a ser negociado por US$ 0,00017. De lá pra cá, o “token fake da Copa do Mundo”, segundo a CloudSEK, já acumulava queda de -71% nesta segunda-feira (28) ao ser negociado por 0,000050.
Gráfico mensal do par WCT/USD. Fonte: CoinMarketCap
Quem também parecia seguir o caminho do vestiário ao ser negociado por US$ 0,0024 (-33%) era o World Cup Inu (WCI), uma memecoin esquisita promovida pelo ex-camisa 10 da Seleção Brasileira Ronaldinho Gaúcho.
Ao fisar que “as empresas que são patrocinadoras da FIFA devem reforçar seus macanismos de segurança e se manterem atualizadas sobre táticas e técnicas dos agentes ameaçadores”, a CloudSEK explicou que:
“A lacuna entre a oferta e a demanda de ingressos para jogos da Copa do Mundo da FIFA, passagens aéreas, hotéis, lembranças etc. foi cooptada por cibercriminosos para fraudar torcedores e entusiastas.”
Na carona do “voo do pombo” na última semana, alguém também transformou o golaço do Richarlison em NFT e quer vender por R$ 140 mil, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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