Saída de Mansueto não deve afetar a economia, diz Goldman Sachs

Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional, comunicou no domingo (14) que vai deixar o cargo. Sua saída já era especulada desde o fim do ano passado.

Mansueto é um dos principais especialistas em questões fiscais do país e atuava como secretário desde abril de 2018, durante o governo de Michel Temer.

A saída de uma figura importante do governo em meio as crises sanitária e política nos fazem temer pela economia. Até que ponto a saída de Mansueto pode levar a uma mudança na orientação macroeconômica?

Segundo o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, isso não deve acontecer.

Demissão não vai afetar a economia

Ramos acredita que a demissão de Mansueto é uma perda muito grande para a equipe econômica do governo Bolsonaro. Principalmente porque o momento é inoportuno, já que, devido à deterioração da orientação fiscal e a urgência de pressionar por reformas e outras medidas para sustentar a dinâmica fiscal.

Porém, Ramos não acredita que isso levará a uma grande mudança na economia, já que a saída do secretário provavelmente não é um sinal de opiniões divergentes sobre as políticas adotadas dentro da equipe econômica.

Além disso, Paulo Guedes continuará sendo o principal formulador de políticas econômicas do governo e ele deve continuar a seguir uma agenda liberal/reformista. Mas o governo perderá um consultor de confiança e altamente especialista.

Demissão amigável

A entrevista realizada pelo Mansueto Almeida nesta segunda (15) endossa a opinião do banco de investimentos, de que dificilmente a sua saída irá causar uma grande mudança.

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, ele vai continuar no cargo até agosto, mas seguirá ajudando a agenda do governo de reformas.

Ao ser questionado sobre o perfil do novo secretário, Mansueto diz não haver preocupação de uma possível divergência de pensamentos, já que quem vai escolher o candidato é o Paulo Guedes. Além disso a equipe vai continuar exatamente a mesma e a defesa do teto de gastos vai continuar.

Desde 2015 foram criados comitês de governança no Tesouro Nacional, o que gera uma segurança institucional. Portanto não existe a possibilidade do secretário do Tesouro “canetar” e acabar com todo o trabalho que vem sendo feito desde 2019. Logo, enquanto o Paulo Guedes ainda for ministro, o ajuste fiscal continuará.

 

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