Executivo da Ripple afirma que ‘a principal falha do Libra é que ele é um ‘jardim fechado”
A principal falha da planejada criptomoeda do Facebook, o Libra, é que ele é um sistema fechado – semelhante a um “jardim fechado” – argumenta o executivo da Ripple, Marcus Treacher.
A principal falha na planejada criptomoeda do Facebook, o Libra, é que ele é um sistema fechado – semelhante a um “jardim fechado”.
Esse é o argumento de Marcus Treacher, vice-presidente sênior de sucesso do cliente da Ripple, em uma entrevista à CNBC publicada em 27 de setembro.
Estratégias de “jardim fechado” e a reação antitruste
A metáfora do “jardim fechdo” foi notadamente usada no passado para se referir a estratégias comerciais adotadas por gigantes da tecnologia como a Apple, que se esforçam para manter o controle completo sobre o software, aplicativos e acessórios relacionados a seus dispositivos proprietários.
Essa mesma estratégia foi criticada durante as recentes tentativas de derrubar essas práticas ostensivamente monopolistas por ativistas e legisladores antitruste.
As implicações para empresas como Amazon, Apple e Facebook — mesmo antes de seu projeto Libra — deverão ter uma visão mais nítida com a conclusão de uma importante investigação antitruste em curso nos Estados Unidos.
Ao nivelar sua crítica contra Libra, Treacher afirmou que a rede Ripple, por outro lado, “não tem parâmetro. Ele se conecta a todos os players que desejam usar a tecnologia.”
Porém, ele considerou que ainda era uma “coisa realmente boa” que um gigante do Vale do Silício como o Facebook concebeu para si um papel no espaço de ativos digitais.
O Libra não pretende substituir as moedas, diz chefe da associação
Como Treacher reconheceu, os reguladores globais estão, sem dúvida, ainda mais preocupados com a ameaça potencial às moedas fiduciárias nacionais que o Libra representa – uma ansiedade que o diretor-gerente da Libra Association, Bertrand Perez, tentou dirimir nesta sexta-feira.
Falando em uma conferência blockchain organizada na sede das Nações Unidas em Genebra nesta sexta, ele teria afirmado que:
“Não estamos na área de implementar nenhuma política monetária com a reserva [de Libra]”.
Perez alegou ainda que o projeto de criptomoeda poderia ajudar com o cumprimento de múltiplos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, como eliminar a pobreza e alcançar a igualdade de gênero.
A conferência teria incluído palestrantes do Banco Nacional Suíço e do Fundo Monetário Internacional, entre outros.
David Marcus, chefe da Calibra no Facebook, também recentemente argumentou contra qualquer ameaça em potencial do Libra à política monetária soberana, observando que:
“Cada Libra é depositado individualmente com moedas tradicionais e nenhum dinheiro novo é criado. Não há impacto sobre juros e rendimentos. Nesse sentido, a reserva de Libra não pode perturbar a política monetária.”