Analista descarta Espiral da Morte do Bitcoin, rede tem segunda maior queda da história
A taxa de hash da rede Bitcoin passou pela segunda maior queda de sua história na noite da última quarta (25), voltando surgir os rumores de “espiral da morte”. A taxa de hash é a unidade de medida do poder de processamento da rede Bitcoin.
Apesar da queda brutal na taxa, analistas acreditam que a rede Bitcoin poderá se beneficiar do novo cenário. Isso porque, com a queda dos preços do Bitcoin, principalmente no mês de março, alguns mineradores operavam no prejuízo.
A mineração de Bitcoin é um processo que realiza inúmeros cálculos matemáticos, com máquinas sofisticadas. A mineração é responsável por confirmar transações feitas com Bitcoin e por conferir a rede uma maior segurança.
Como recompensa pelo desempenho do serviço, os mineradores recebem Bitcoin ao encontrar um bloco válido na rede. A prática, contudo, não é tão rentável para grande parte das pessoas, sendo atualmente um serviço especializado. Mesmo assim, com queda nos preços do Bitcoin, os mineradores se viam pressionados.
Taxa de hash da Rede Bitcoin tem a segunda maior queda de sua história
A taxa que garante segurança a rede Bitcoin se ajusta a cada 2016 blocos encontrados. Em média, considerando o tempo em que um bloco leva para ser encontrado, esse ajuste demora cerca de duas semanas.
O último ajuste na rede foi visto na última quarta (25), com um episódio histórico para o Bitcoin. Isso porque, a queda da taxa de hash foi de 15,95%, sendo de fato a segunda maior de toda a história do Bitcoin.
De acordo com Ryan Watkins, pesquisador da Messari Crypto, o ajuste da rede Bitcoin era esperado após duas semanas brutais.
O ajuste ocorre após AS 2 ÚLTIMAS SEMANAS brutais, em que o preço do Bitcoin caiu quase 50% em um dia e a taxa de hash estimada caiu até 40% em relação ao pico de 1º de março.
O analista que comentou o caso, fez uma previsão de que se o Bitcoin alcançasse um ajuste entre 15 e 16% estaria na história. Contudo, como foi próximo a 16%, marcando 15,95%, entrou para a história como o segundo maior ajuste de dificuldade de todos os tempos.
A maior queda na taxa aconteceu em outubro de 2011, quando ela caiu 18%. A antiga segunda maior queda, agora terceira, foi em 2018, quando caiu 15,1% em dezembro daquele ano, que marcou um longo período de baixa de preços do Bitcoin.
Espiral da Morte do Bitcoin volta a ser explicado após queda
Em outro ponto, o analista comentou sobre as chamadas espirais da morte de mineração do Bitcoin. Várias pessoas apontam que este é o nome dado para o fim da lucratividade da mineração, que levaria a um colapso dos mineradores.
Para Ryan, este tema já tem sido apontado há nove anos, por pessoas que acreditam que o Bitcoin poderia ver o fim de sua mineração, consequentemente o fim da moeda. Ryan, entretanto, explicou que o tema não é tão simples assim.
Como a rede se ajusta, a rentabilidade dos mineradores volta em algum momento, com isso, a rede continua a funcionar.
O conjunto de mineradores de Bitcoin consiste em várias entidades independentes com suas próprias estruturas de custos e balanços. Os mineiros não crescem e caem como um, eles crescem e caem como indivíduos. A mineração é uma competição, e os mineradores menos competitivos simplesmente perdem e saem.
Por fim, o analista apontou que com o halving do Bitcoin, que ocorre em menos de dois meses a frente, um novo reajuste deverá ocorrer. Ryan não conseguiu prever o evento, principalmente porque está longe, mas apontou que eventualmente a rede se organiza e o Bitcoin volta a funcionar após um reajuste.
Movimento de queda da taxa de hash era esperado, segundo previsões
Conforme apontado previamente pelo Livecoins, a taxa de hash era uma métrica que poderia ser impactada pela queda de preços do Bitcoin. O Bitcoin caiu 50% de preços no último dia 12 de março, ou seja, o movimento natural era de ocorrer um ajuste na mineração.
Para Hans HODL, um usuário do Twitter que acompanhou o caso de perto, os mineradores desligaram suas máquinas antes do ajuste. Contudo, após o ajuste da rede, vários voltaram ao mercado de mineração.
Hans acredita que a dificuldade deverá crescer no próximo ajuste, pelo menos 22%. Tal medida seria na contramão de alguns que acreditavam que a rede continuaria a registrar queda na taxa de hashs.
Para o halving do Bitcoin, que é esperado para início de maio de 2020, a taxa poderá ter um novo ajuste. O que fica claro, após analisar a segunda maior queda da história, é que o mercado se ajusta a realidade, com a rentabilidade sendo a métrica mais importante para os mineradores.
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