Recorde negativo de investimentos leva Brasil de volta a 1995 mesmo com IBOV em 104 mil
Apesar do bom desempenho do IBOV, o Brasil registrou saída recorde de investimento estrangeiro em aplicações financeiras. Até junho, o Banco Central contabiliza retirada de US$ 31,252 bilhões, ou R$ 161 bilhões.
O valor é o maior desde 1995, quando a instituição iniciou a medir o fluxo de capitais estrangeiros no país. O montante responde por investimentos em ações na bolsa, em fundos de investimentos e títulos públicos e privados.
A queda é acentuada ao comparar já com 2019. Há um ano, o Brasil registrava entrada de US$ 9,087 bilhões, uma diferença de US$ 40,3 bilhões em relação aos valores de hoje.
O montante, no entanto, é puxado para baixo principalmente com o baixo desempenho de março.
Em meio à quebra as bolsas mundiais, investidores retiraram dois terços de todo o volume retirado (US$ 22,2 bilhões) em um mês.
Desde então, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já disse que não há previsão para o retorno dos estrangeiros. Ao menos não para o nível de investimentos do passado.
IBOV em alta gera esperanças de melhora
O movimento recente que levou o Ibovespa para acima dos 100.000 pontos traz certo otimismo para o retorno dos estrangeiros. Já há um retorno de pelo menos US$ 2,38 bilhões referente ao mês de junho. Em parte, isso se deve à melhor classificação por instituições internacionais passado o pior da crise.
Além disso, com a bolsa brasileira no patamar de 103.000 a 104.000 pontos, é possível esperar a continuidade desse movimento para julho.
No entanto, ao G1, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, diz que é preciso ter cautela. Segundo ele, só será possível vislumbrar o retorno permanente uma vez que as economias mundiais se recuperarem da crise.
O mercado vê melhora no PIB brasileiro segundo o último levantamento do BC. Mas, é importante lembrar que nem mesmo o IBOV acima de 100.000 pontos impediu a saída de milhões de estrangeiro em um dia.
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