Receita Federal dos EUA oferece US$ 625.000 para quem crackear a criptomoeda Monero

A Receita Federal dos EUA (IRS) vai pagar até US$ 625.000 para quem crackear a criptomoeda Monero e outras moedas focadas em privacidade, de acordo com uma proposta oficial publicada na semana passada.

“A IRS-CI está buscando uma solução com um ou mais contratantes para fornecer soluções inovadoras para rastreamento e atribuição de moedas não rastreáveis, como ferramentas especializadas, dados, código-fonte, algoritmos e serviços de desenvolvimento de software”, disse a proposta.

Moedas não rastreáveis como o Monero permitem que os usuários transfiram seus fundos com forte privacidade. Eles usam vários métodos para fazer isso, como ofuscar os valores das transações e os endereços da carteira do remetente e do destinatário. Isso é diferente do Bitcoin ou Ethereum, nos quais os endereços podem ser rastreados até carteiras conhecidas, exchanges de criptomoedas e, subsequentemente, a identidade de alguém.

“Atualmente, existem recursos investigativos limitados para rastrear transações envolvendo criptomoedas não rastreáveis, como Monero ou outras transações off-chain que fornecem privacidade a atores ilícitos”, acrescentou a IRS.

Uma recompensa para quem conseguir

De acordo com os termos, contratantes privados e indivíduos são convidados a enviar um protótipo funcional de como pretendem crackear a Monero.

Isso pode variar de um sistema que fornece informações de identificação de um usuário com uma carteira Monero, até a hora, data e valores exatos para uma transação específica na rede, e até mesmo a ferramentas ainda mais sofisticadas que podem prever estatisticamente quando um determinado endereço é propício a realizar uma transação.

A IRS está recebendo as inscrições para a proposta até o dia 16 de setembro. Aqueles que aceitarem o desafio receberão sua recompensa em duas fases: primeiro, um pagamento inicial de US$ 500.000 para desenvolver e provar um conceito funcional de uma ferramenta de crack de privacidade (com prazo de oito meses após a aceitação da proposta) e, posteriormente, um pagamento de US$ 125.000 após um teste piloto ser concluído e aprovado pelo governo.

Cibercrimes crescentes são um fator

A agência observou o aumento do uso criminoso de moedas não rastreáveis, como Monero, como uma de suas motivações por trás da proposta, afirmando que as moedas não rastreáveis estão se tornando mais populares e estão sendo mais usadas por atores ilícitos.

Ela explicou, “Em abril de 2020, um grupo de ransomware chamado Sodinokibi disse que os futuros pagamentos de resgates de dados serão em Monero (XMR) em vez de Bitcoin (BTC) devido a questões de privacidade de transação.”

Até agora, empresas como a Chainalysis, de solução de rastreamento on-chain, trabalharam com o governo dos EUA para desenterrar atividades criminosas em redes criptográficas populares como a do Bitcoin. No mês passado, a empresa foi anunciada pela IRS para ajudar a derrubar três conhecidas organizações terroristas.

Mas até mesmo a Chainalysis teve dificuldade em descobrir os mecanismos de privacidade que fazem moedas como Monero o que são. A empresa de análise Blockchain, CipherTrace, afirma ter uma solução, mas isso foi contestado por membros da comunidade Monero.

*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co

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