Real Digital deverá ser testado junto à população em 2024, revela Banco Central
Coordenador da CBDC brasileira na autoridade monetária informou que o Real Digital pode ir além de um ecossistema envolvendo instituições financeiras.
O coordenador do Real Digital no Banco Central Fabio Araújo declarou esta semana que a versão brasileira da moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) pode sair dos limites de um ecossistema delimitado por empresas do setor financeiro e ser testada junto à população no final de 2024.
Isso porque, no final de maio a autoridade monetária definiu 36 projetos para o projeto-piloto, no caso uma plataforma de teste de um protocolo de entrega versus pagamento (DvP) de títulos públicos federais tokenizados e pré-determinados, segundo o VOTO 73/2023-BCB.
Na última segunda-feira (26), durante o primeiro fórum público para discutir o Real Digital, Araújo disse que os primeiros testes junto à população devem acontecer no final do ano que vem, após o Banco Central “atingir um grau de maturidade.”
De acordo com o cronograma apresentado por Araújo, os participantes selecionados serão integrados à plataforma DLT (Distributed Ledger Tecnology) em julho, quando os participantes começam a testar a blockchain definida para o Real Digital, Hyperledger Besu.
Em agosto começam as transações dos contratos com a participação das empresas como nós validadores. No mês seguinte, até fevereiro de 2024, começa a “prospecção de soluções de privacidade (time box)” e execução dos fluxos utilizando chamadas às interfaces binárias de aplicação (ABIs, na sigla em inglês), fase em que a autoridade monetária deve mensurar a eficácia das transações, o que antecede a avaliação da etapa, em março do ano que vem.
Após essas fases, caso o Real Digital passe nos testes relacionados ao cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o Banco Central deve incorporar outros protocolos, entre eles os primeiros testes envolvendo a população, o que está além do escopo apresentado por Fabio Araújo.
Quem também resolveu avançar, em uma espécie de movimento paralelo ao Real Digital, foi a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que anunciou o desenvolvimento de uma plataforma alternativa para abrigar os excluídos pelo Banco Central dos primeiros testes da CBDC brasileira, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.