Real digital: Banco Central divulga diretrizes para CBDC brasileiro

O Banco Central do Brasil divulgou na manhã desta segunda-feira (24) as diretrizes que servirão de base para a criação do real digital.

As regras foram reveladas pelo Banco Central na segunda-feira (24) e surgem como resultado de um grupo de estudos da entidade que analisou o assunto desde agosto de 2020. Conforme adiantou o BeInCrypto, o objetivo da pesquisa não era a implementação da moeda digital brasileira e sim descobrir sua viabilidade.

A CBDC é um tipo de criptomoeda que é gerido pelo Banco Central de um país. Na prática, ela opera como uma versão digital de uma moeda fiduciária.

De acordo com o BC, as discussões obre a CBDC ocorreram porque o tema “ganhou proeminência ao longo dos últimos anos”, devido à aceleração da migração de diversos setores da economia para o mundo digital.

Segundo definido pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental (GTI) criado pela Portaria nº 108.092, de 20 de agosto de 2020, as diretrizes para a criação da moeda digital brasileira são as seguintes:

  • ênfase na possibilidade de desenvolvimento de modelos inovadores a partir de evoluções tecnológicas, como contratos inteligentes (smart contracts), internet das coisas (IoT) e dinheiro programável;
  • previsão de uso em pagamentos de varejo;
  • capacidade para realizar operações online e eventualmente operações offline;
  • emissão pelo BCB, como uma extensão da moeda física, com a distribuição ao público intermediada por custodiantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB);
  • ausência de remuneração;
  • garantia da segurança jurídica em suas operações;
  • aderência a todos os princípios e regras de privacidade e segurança determinados, em especial, pela Lei Complementar nº 105, de 2001 (sigilo bancário), e pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais;
  • desenho tecnológico que permita integral atendimento às recomendações internacionais e normas legais sobre prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, inclusive em cumprimento a ordens judiciais para rastrear operações ilícitas;
  • adoção de solução que permita interoperabilidade e integração visando à realização de pagamentos transfronteiriços;
  • adoção de padrões de resiliência e segurança cibernética equivalentes aos aplicáveis a infraestruturas críticas do mercado financeiro.

Debate com a sociedade

O Banco Central frisou que a divulgação das diretrizes não significa que o órgão está desenvolvendo uma CBDC nacional. Antes disso, ele ressalta, é “importante aprofundar a discussão do assunto, incluindo o diálogo com o setor privado”. O objetivo é conseguir uma análise mais detalhada de casos que possam ser beneficiados com o uso da moeda digital e entender as melhores tecnologias de implementação.

A discussão interna da CBDC brasileira começou no Banco Central através do Grupo de Trabalho Interdepartamental (GTI) criado pela Portaria 108.092 de 20 de agosto de 2020. O objetivo da entidade era entender se a moeda digital podia atender a alguns requisitos entendidos como imprescindíveis, como

  • Acompanhar o dinamismo da evolução tecnológica da economia brasileira;
  • Aumentar a eficiência do sistema de pagamentos de varejo;
  • Contribuir para o surgimento de novos modelos de negócio e de outras inovações baseadas nos avanços tecnológicos;
  • Favorecer a participação do Brasil nos cenários econômicos regional e global, aumentando a eficiência nas transações transfronteiriças.

Ainda não se sabe como serão os diálogos propostos pelo BC para aprofundar o estudo da moeda digital brasileira e também não há data prevista para o início de seu desenvolvimento. O Banco Central, por outro lado, lembra que seu entendimento sobre o assunto não é fixo e pode mudar de acordo com o resultado dos próximos passos.

O artigo Real digital: Banco Central divulga diretrizes para CBDC brasileiro foi visto pela primeira vez em BeInCrypto.

Você pode gostar...