Real digitai vai conviver com criptomoedas
O Real digital deve conviver com criptomoedas de uma forma geral. O tema veio à tona pelo Banco Central do Brasil (BC).
Real Digital poderá conviver com criptomoedas
O BC realizou na última quinta (29) o primeiro webinar de uma série de eventos onlines promovidos para debater os rumos do Real Digital.
O projeto envolve a criação da Moeda Digital do Banco Central, CBDC, que o Brasil deve emitir a partir de 2022.
O evento está disponível em vídeo no Youtube,
Nesse material o BC propões um debate sobre as oportunidades, limites, formas e possibilidades que a emissão de uma versão digital do Real podem trazer para o país.
No mérito, o BC indica que poderá haver uma co-existência entre a moeda nacional, emitida pelo Banco Central, e as stablecoins privadas como o BRZ da Transfero.
Assim, o Real Digital poderá conviver com projetos de criptomoedas privadas.
Real Digital não implica no fim do dinheiro físico
Já o Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, destacou que o Real Digital não será o fim do dinheiro físico.
Portanto, o CDBC brasileiro seria uma evolução da moeda e um complemento do sistema financeiro adaptando formas e funções deste para a era digital.
Pinho de Mello argumentou que o somatório dos ganhos que a adoção de uma versão digital do Real precisa superar os custos de implantação deste sistema e que a busca por este equilíbrio é um dos grandes papéis do BC.
Seja como for, o dinheiro em papel moeda deverá continuar a existir, pelo menos por um período de tempo em qua a moeda passa por uma profunda transformação.
As pessoas em geral não estão preparadas para mudanças
O professor Eduardo Diniz, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) também participou do evento e, respondendo uma pergunta feita pelo diretor do BC, destacou que é normal as pessoas não estarem prontas para a inovação que o Real Digital pode trazer.
“As pessoas estão preparadas para aceitar uma nova tecnologia que elas não conhecem, provavelmente não”, disse.
Além disso Diniz também defendeu que o BC adote uma estrutura distribuída e não centralizada para o CBDC para permitir ganhos em eficiência e novos produtos que talvez o BC ainda nem tenha idéia que possam surgir.
Controle totalitário?
Já Keiji Sakai, Country Manager da R3, destacou que é preciso parar com as teorias de conspiração.
Em sua fala, ele indicou que deve-se desmistificar que um CBDC significa a ascensão de uma espécie de “Grande Irmão” em analogia ao livro de George Orwell, que fiscaliza e vê tudo e todos.
Segundo ele, um CBDC pode ser muitas coisas mas certamente não será um controle totalitário do BC sobre para onde vai cada centavo do dinheiro que as pessoas utilizam.
“No mundo digital começamos a ter mais transações eletrônicas e nós precisamos ter transações mais eficientes para atender a esta nova demanda. A liquidação financeira ainda está em modelos antigos e nesse contexto que o BC começa a pensar o CBDC e não em um contexto de controle extremo de tudo que é movimentado na economia. Precisamos acabar com estas teorias da conspiração”, disse.
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