‘Ativos reais, como terras, imóveis, ouro e Bitcoin vão subir’, aponta economista brasileiro
Economistas apontam que coronavírus adiantou tendência de valorização do Bitcoin
Alfredo Menezes, sócio da Armor Capital e Fernando Ulrich, sócio da Liberta Investimentos, se reuniram a convite da QR Capital, e, durante uma videoconferência discutiram os juros, a inflação e o câmbio, variáveis de especial interesse neste momento de recessão e pandemia globais.
Ao comentar a desvalorização da moeda e o que esperar do futuro, Menezes afirma que os ativos reais vão subir de preço e que no futuro teremos que lidar com mudanças no preço relativo das coisas.
“Os ativos reais vão subir. Por exemplo, os aluguéis vão cair ou o preço dos imóveis vai subir”
Valorização dos ativos reais não tem volta
Segundo ele, o coronavírus antecipou uma tendência que chegaria somente daqui a 10 anos.
“O coronavírus acabou antecipando algo que aconteceria daqui a 10 ou 15 anos. O peso das coisas, da cesta, mudou completamente com a pandemia. E, mesmo depois que passar, não vai voltar ao normal. Vamos ter mudanças importantes dos preços relativos”, disse Menezes.
Já Ulrich concordou com o colega citando as injeções de liquidez que os bancos centrais têm dado na economia nos últimos meses:
“Temos visto o movimento de muitos bancos centrais, com a criação trilionária de liquidez. Do FED, do Banco Central Europeu, do Banco Central do Japão e outros. Neste cenário de desvalorização das moedas, os ativos reais acabam se beneficiando mais, desde ações de empresas até imóveis e ouro”.
Ativos reais, como terras, imóveis, ouro e outros metais, tendem a se valorizar em momentos de crise porque são escassos, característica compartilhada pelo bitcoin.
Bitcoin
Gabriel Aleixo, analista sênior da QR Capital, explica que não é à toa que o bitcoin é chamado de ouro digital:
“O bitcoin foi criado para momentos como este. Como não está vinculado a nenhum governo ou banco central – além de ser escasso, assim como o ouro – é resiliente e se mantém valorizado durante a crise. Muitos apostam que o bitcoin veio para se equiparar aos ativos reais num momento como o de hoje, no sentido de se valorizar frente a outras classes de ativos”, disse Aleixo.
Sobre previsões de câmbio, Menezes diz que o real brasileiro alcançou outro patamar. Segundo ele, o preço do dólar deve se estabilizar abaixo de R$ 6:
“Uma grande parte desta desvalorização cambial foi provocada pelo mercado doméstico. Isso vai ficar muito claro quando observarmos o Balanço de Pagamentos. Por isso acho que o câmbio deve se estabilizar entre R$5,10 e R$ 5,40”, destacou.
LEIA MAIS
- Valor de mercado e rede do Bitcoin indicam mercado aquecido e possível ‘bull run’
- Três indicadores apontam que o preço do Bitcoin pode cair até 25% ao enfrentar reversão no mercado
- Criptomoeda sobe 1.000% e ‘pode explodir o Bitcoin’ no mercado, diz autor da Forbes
- Andreas Antonopoulos anuncia novo livro ‘Mastering Lightning Network’
- Square recebe NY BitLicense, Cash App agora oferece BTC Trading para usuários de Nova York
- ‘Blockchain sim, criptomoedas não’ é coisa do passado”, dizem CEO da Hashdex e pequisa da IBM
- Jack Ma do Alibaba: Blockchain “não terá sentido” se não ajudar a construir um futuro mais verde