Nem ouro, nem Bitcoin, o que tá bombando é o Irídio, um metal raro abundante no Brasil que subiu mais de 130%

Perto de US$ 6 mil a onça (cerca de R$ 34 mil por 28 g), o preço do irídio é mais de três vezes superior ao do ouro, e as perspectivas dos analistas do setor é de que continue crescendo

O Irídio, um metal raro, que integra um conjunto de metais conhecido como ‘terras raras’  valorizou muito mais que o Bitcoin em 2021, tendo subido mais de 130%.

No entanto, enquanto o metal é dificil de encontrar em todo o mundo, o Brasil, tem uma das maiores reservas de ‘terras raras’ do mundo que não são exploradas. Elas estão concentradas no noroeste da Amazônia, na fronteira com a Colômbia, e em Goiás e Minas Gerais.

A resistência à corrosão e às altas temperaturas do irídio é tão extrema que o material se tornou quase essencial na fabricação de motores de aeronaves, catalisadores de automóveis ou tubos de águas profundas.

Seu uso também se estende a velas de ignição, dispositivos médicos e eletrônicos, e pode até ser encontrado em relógios e bússolas em quantidades diminutas.

Perto de US$ 6 mil a onça (cerca de R$ 34 mil por 28 g), o preço do irídio é mais de três vezes superior ao do ouro, e as perspectivas dos analistas do setor é de que continue crescendo.

Essa tendência de alta se acelerou porque houve interrupções na produção no ano passado, e a demanda pelo metal aumentou, principalmente para uso em telas de eletrônicos, segundo dados do Grupo Heraeus.

Irídio

Um subproduto da mineração de platina e paládio, o irídio se tornou o mais recente metal precioso a ver um aumento espetacular no preço devido à escassez de suprimentos.

Mas há outro motivo: os investidores projetam que ele será usado para produzir hidrogênio, elemento cada vez mais procurado como fonte de energia limpa, em substituição aos combustíveis fósseis.

O aumento do preço do irídio se soma ao de outros metais que pertencem ao grupo da platina, como o ródio e o paládio, que também atingiram níveis históricos devido à escassez de oferta.

A produção de irídio foi afetada em 2020 após o fechamento de uma planta de processamento administrada pela Anglo American Platinum (Amplats) na África do Sul por vários meses, criando uma escassez no fornecimento enquanto a demanda estava subindo.

Isso é relevante considerando que a África do Sul produz entre 80% e 85% do irídio mundial.

Cerca de 250 mil onças do metal são produzidas a cada ano, em comparação com cerca de 10 milhões de onças de paládio e 8 milhões de onças de platina, de acordo com a Reuters.

Por se tratar de um mercado tão pequeno, qualquer interrupção na produção pode ter um grande impacto no preço.

E, justamente pelo seu tamanho, poucos participam da compra e venda do metal. É um mercado dominado por grandes clientes industriais.

Meteoritos

Com uma tonalidade branco prateada e uma ligeira coloração amarela, é considerado um metal extraterrestre porque é abundante em meteoritos e é muito raro na crosta terrestre.

Descoberto em 1803 entre as impurezas insolúveis da platina natural, o irídio é um elemento tão raro na Terra que sua extração e consumo anual é de apenas cerca de 3 toneladas.

É comercializado em pequenas quantidades que geralmente são vitais em produtos de nicho, como potes resistentes à temperatura usados ​​para cultivar cristais sintéticos usados ​​em sistemas eletrônicos e de telecomunicações.

Em termos de demanda, no ano passado, 31% foram consumidos pelo setor elétrico, 26% pelo setor eletroquímico, 13% pelo setor automotivo e o restante de diversos setores, segundo a consultoria S&P Global.

De acordo com a Heraeus Precious Metals, uma das maiores refinarias de metais do grupo da platina do mundo, a demanda por irídio deve ser impulsionada pelo desenvolvimento do mercado de smartphones 5G e outros produtos que usam luzes de LED.

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