O que o novo ministro da economia da Argentina pensa sobre criptomoedas?

O político argentino Sergio Massa assumiu como o novo chefe do Tesouro no país. Ele assume o posto de um ministério carregado de problemas para resolver com urgência, mas um detalhe, não menos importante, tem a ver com sua visão pró criptomoedas e blockchain.

Até hoje, o Banco Central da República Argentina (BCRA) desencorajou constantemente o uso de ativos digitais. Entre outras razões, a falta de dólares é apresentada como argumento central. Mas o novo chefe da Economia pensa o contrário, e vários fatores o fazem saber.

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Massa é muito próximo de Carlos Maslatón, um dos maiores defensores do Bitcoin, que o aconselhou a ter suas primeiras criptomoedas. Em 2018, o político deu uma primeira e contundente opinião:

“Hoje baixei a Xapo, uma carteira Bitcoin. Criptomoedas e blockchain são uma grande oportunidade na economia do futuro e nos novos empregos no mundo que está por vir.”

Por outro lado, há um vídeo nas redes dessa data em que Massa, como líder da Frente Renovadora, se encontrou com Maslatón, então tesoureiro do Xapo, o “banco de criptomoedas” criado pelo argentino Wenceslao Casares. Ambos os executivos, além disso, faziam parte da Patagon.

Na palestra, Maslatón destaca que “o Bitcoin não é a evolução do papel-moeda, é um sistema monetário novo e diferente“, ao mesmo tempo em que ressalta que “sua emissão é limitada e não pode ser usada para pagar gastos públicos ou fazer resgates bancários“.

Além disso, o analista do mercado financeiro salientou que o Bitcoin será a única oposição aos bancos, que considera aliados do governo. E ele antecipou que, embora a Grã-Bretanha ou a Suécia possam jogar criptomoedas, ele não viu “os Estados Unidos desmonetizando o dólar físico” da mesma maneira.

O Massa da época tinha uma visão clara sobre o assunto. Resta agora ver como isso se reflete na liderança de uma pasta tão importante para o processo político atual. E, além disso, por suas próprias aspirações.

O plano do ministro

Em um clima de altíssimas expectativas, e com um mercado financeiro que, longe de confiar que os anúncios vão corresponder às expectativas, está transbordando de dúvidas, nesta quarta-feira Sergio Massa finalmente se tornará o terceiro ministro da Economia da gestão do presidente Alberto Fernández.

As medidas que, especulava-se, poderiam ser anunciadas nesta quarta-feira, priorizariam três frentes específicas. Oferecer um dólar mais alto para o campo liquidar dólares e uma extensão na retirada ou redução de subsídios nas tarifas de eletricidade e gás. Além disso, uma medida concreta – troca voluntária – para descomprimir os vencimentos de leliqs do Banco Central.

Massa chega com a difícil missão de reverter a profunda crise que assola a Argentina. Uma crise que se concentra, imediata e economicamente, na frente financeira: um Banco Central com reservas realmente disponíveis em um nível muito baixo -crítico para muitos-; um clima de desvalorização instalado com força crescente nos mercados; um gap cambial estacionado acima de 100% e um cenário bastante desafiador para o Banco Central pela dívida em leliqs que mantém com os bancos, e para o Tesouro pela dívida em pesos cujo refinanciamento custa cada vez mais.

O Banco Central terminou ontem com saldo negativo de US$ 170 milhões devido à sua intervenção no mercado cambial e nos dois primeiros dias de agosto vai para 300 milhões no vermelho, além dos 1.200 milhões que perdeu no mês passado.

Aqui as importações de energia são mistas, que continuam em níveis elevados (agosto é o último mês de compras fortes) e ao mesmo tempo a relutância dos produtores agrícolas em vender enquanto aguardam as próximas medidas.

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