Ministério Público investiga 1 milhão de documentos pessoais vazados sobre clientes de Bancos no Brasil

Ministério Público do Brasil investiga o vazamento de mais de 245GB de documentos pessoais vazados no que vem sendo considerado o maior escândalo de privacidade do país

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está investigando o Banco Panamericano e instaurou um Inquérito Cívil Público (ICP) para a apurar responsabilidades pelo suposto vazamento de dados da instituição ocorrido em junho e classificado como o maior do tipo no Brasil.

O MPDFT acredita que uma provável vulnerabilidade no sistema de armazenamento de dados do Banco, que é feito em nuvem, foi responsável pela exposição de mais de 245GB ou 1.235.151 arquivos contendo dados pessoais de clientes como carteiras de identidade, carteiras de habilitação, comprovantes de residência, CPFs, cartões de crédito, contratos de financiamento, solicitações de saque e extratos bancários, dentre outros.

O Banco Panamericano nega o vazamento dos dados que foi descoberto por um grupo brasileiro de pesquisadores, o Data Grupo. Especialistas ouvidos pelo Cointelegraph apontam que uma solução em blockchain poderia ser utilizada para evitar o ocorrido.

“A cada vez que apresentamos nossos documentos para uma contraparte, emerge o risco de que as informações correspondentes sejam hackeadas. O blockchain e as DLTs em geral permitem impulsionar projetos de identidade soberana e compartilhamento de dados, a partir dos quais o fluxo de informações é mais controlado e monitorado, gerando mais segurança ao cliente”, disse Rosine Kadamani, co-fundadora da Blockchain Academy.

Já Luiz Menniti, co-fundador da Bizanc DEXfintech focada em soluções de blockchain para pagamentos, destacou que o blockchain pode garantir o compartilhamento de informações preservando a privacidade.

“Basicamente, um sistema financeiro convencional precisa evitar problemas de Double Spending ( gasto duplo ), o problema é que os sistemas tradicionais sofrem de inconsistência de dados, então pra garantir que uma pessoa não tenha gasto o mesmo dinheiro duas vezes, são necessários diversos procedimentos de segurança, auditorias e compliance.Utilizando a tecnologia blockchain, é possível garantir que todas as parte do sistema, tenham exatamente a mesma informação, impedindo o gasto duplo do mesmo dinheiro. Isso evitará riscos de segurança, irá gerar uma transparência geral do sistema, e fornecerá auditorias em tempo real, gerando uma vantagem competitiva significativa para a instituição financeira e seus parceiros”, disse.

Comentando sobre o vazamento, Alex Braz, desenvolvedor há mais de 15 anos, Instrutor do curso DLT for Banking da Blockchain Academy, destacou que:

“Os bancos podem se beneficiar de uma maior segurança utilizando Blockchain no intercâmbio de dados entre eles ou até mesmo entre eles (os bancos) e os reguladores uma vez que a informação não estará sujeita à latência de rede, diminuindo drasticamente a perda de dados. Além disso fazer com que as partes da transação assinem a mesma, através de uma rede Blockchain comum, gera segurança e evita fraudes, além de estender as possibilidades de comunicação d+× para uma comunicação online, na qual se espera que o consumidor final possa ser beneficiado.

Como noticiou o Cointelegraph, o Brasil é o segundo país do mundo que mais sofre com ataques hackers, segundo um recente levantamento da União Internacional de Telecomunicações (ITU), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), os dados foram trazidos à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) pelo coronel Arthur Sabbat, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

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