Primeiro meme registrado no Brasil ganha tirinha em NFT

O “O Que Queremos” lançou, nesta sexta-feira (21), sua primeira tirinha em NFT. O quadro está sendo leiloado no site Opensea.io, com lance inicial de 0,5 ETH, cerca de R$ 5,7 mil na cotação deste domingo (23).

O meme foi o primeiro a ter sua marca registrada no Brasil, em 2012. Desde então, ele se tornou popular, com mais de 480 mil seguidores no Facebook, e gerou ações de marketing em parceira com vários institutos e ONGs, como a Fundação Abrink, além de Globo e Claro. 

A ideia de expandir a marca com NFTs surgiu naturalmente, revela a filósofa e mestre em cultura digital Francine Grando, que é dona da marca. 

“Um dos meus parceiros comerciais trabalha no ramo [de blockchain] e ele me perguntou se eu teria interesse nisso. É uma área que eu, pessoalmente, conheço pouco, mas achei a ideia interessante.” 

O primeiro NFT vendido é de um quadro que, na época do lançamento, fez sucesso internacional. A ideia é que ele seja o pioneiro de uma série de outras obras temáticas, que estão sendo produzidas e devem ser lançadas em breve. “Nós queremos fazer várias versões do bonequinho, como cowboy, astronauta, e lançar todas no futuro”, diz a criadora.

Origem 

Meme “O Que Queremos” ganha tirinha em formato NFT (Divulgação)

A primeira tira de “O que queremos” surgiu em 2010 como parte de um artigo científico sobre comportamento social em redes sociais brasileiras. A arte usada é baseada na obra da escritora americana Allie Brosch. 

A ideia de registrar o meme surgiu em 2012, na mesma época em que foi criada a página do Facebook e que o meme viralizou em todo o mundo. “O registro foi necessário porque a obra da Allie já era registrada [nos Estados Unidos], mas, como nosso produto era essencialmente diferente, ter uma marca oficial ajudaria a proteger nossos ativos”, revela Grando. 

NFTs no Brasil 

O mercado de NFTs tem se tornado popular no Brasil, com a incursão de diversos segmentos. Um exemplo é a coleção de tokens não-fungíveis da Havaianas, criada em parceria com o artista brasileiro Adhemas Batista, que teve uma das obras vendidas para o CEO da Foxbit João Canhada. 

A startup Moss também lançou uma coleção de tokens ambientais, em parceria com a associação Onçafari, que criou as ilustrações. Cada peça vendida resulta na compensação de um crédito de carbono. 

Além disso, os leilões de NFT também podem ser usados para ajudar em causas beneficientes como a campanha “Jojo vai para a Rússia”, que acumulou R$ 250.000 para ajudar uma menina de cinco anos a receber tratamento de células-tronco contra paralisia cerebral na Rússia. 

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