Preço do ouro vai “sofrer” à custa do Bitcoin, dizem estrategistas do JPMorgan

O aumento do interesse em fundos de criptomoeda parece estar ocorrendo às custas do metal precioso.

Investidores estão escolhendo Bitcoin em vez de Ouro

Os ganhos recentes nos preços das criptomoedas parecem ser impulsionados pela diversificação do ouro. Dessa forma, estrategistas do JPMorgan Chase & Co. acreditam que a tendência pode continuar com o aumento do interesse na classe de ativos emergentes.

Tendo servido como uma forma de dinheiro por milhares de anos, o ouro já é um ativo bem estabelecido. Em contraste, os investidores institucionais estão apenas acordando para o dinheiro digital.

Citado pela Bloomberg, os estrategistas do JPMorgan escreveram que a adoção do BTC pelas instituições “está apenas começando”. O banco de investimento calculou que os escritórios familiares atualmente detêm apenas 0,18% de seus ativos em criptomoedas.

Enquanto isso, os ETFs de ouro respondem por 3,3% das alocações de escritórios familiares. Se a tendência do ouro para o bitcoin continuar, parece haver muito espaço para o crescimento do BTC, já que o metal amarelo presumivelmente cai em desuso.

O banco observou que  desde outubro, os investidores já comprometeram mais de US$ 2 bilhões no fundo de investimentos Bitcoin Trust da Grayscale. Em contraste, cerca de US$ 7 bilhões deixaram os ETFs de ouro no mesmo período.

No entanto, os estrategistas também observaram que o mercado de criptomoedas pode ter esgotado o seu momentum no curto prazo. Por outro lado, os preços deprimidos do ouro  parecem destinados a se recuperar de alguma forma.

A narrativa de ‘ouro digital’ continua ganhando força

Este ano, várias instituições financeiras influentes foram receptivas ao bitcoin, confiando uma parte legítima de uma carteira ao BTC. Assim como a mudança de direção do JPMorgan no BTC, as instituições Black Rock, Deutsche Bank, Goldman Sachs e Citibank expressaram vários graus de interesse na moeda digital.

Muitos desses recentes convertidos acreditam que o bitcoin, com seu suprimento finito, representa um equivalente digital ao ouro. A escassez do ativo tradicional é o que torna o ouro atraente como uma cobertura segura.

Esses ativos de reserva de valor tradicionalmente se saem bem em tempos de estresse econômico. As medidas fiscais introduzidas na esteira da pandemia do coronavírus abalaram a confiança nas moedas fiduciárias, encorajando investimentos em formas mais robustas de dinheiro.

O contexto macroeconômico já parece ter sido benéfico para ambos os ativos. Apesar das quedas recentes, o ouro e o bitcoin subiram mais de 21% e 155%, respectivamente, no acumulado do ano.

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