Pós The Merge: 3 especialistas brasileiros discutem o futuro do Ethereum

Especialistas apontam que o Ethereum vai crescer depois do The Merge mas ainda há muito para ser feito

Recentemente o mercado de criptomoedas viu a concretização de uma das maiores implementações de sua história, o The Merge, no Ethereum, que mudou o mecanismo de consenso da rede, que era baseado em proof-of-work (PoW) para Proof-of-stake (PoS).

Segundo a Ethereum Foundation, agora, pos o The Merge, a rede Ethereum deve se tornar mais eficiente em 99,95% em termos de gastos energéticos logo, diminuindo a emissão de carbono, e deve preparar futuras soluções de dimensionamento, como soluções de sharding, que consistem em particionamento de banco de dados.

Com a mudança, todos estão atentos aos próximos passos para a Ethereum no mercado. A seguir, especialistas de grandes empresas discutem o que esperar no Pós The Merge.

3 especialistas brasileiros discutem o futuro do Ethereum

Para Rafael Izidoro, é importante destacar que os fatores externos também influenciam diretamente os preços dos ativos. O CEO e fundador da fintech Rispar acredita que, no caso do ETH, apesar do sucesso da fusão, duas principais notícias podem ter influenciado o sell-off.

“Em primeiro lugar, devemos ter em conta a inflação americana, que pode levar o Fed a subir (novamente) a taxa de juros. Além disso, o comentário de Gary Gensler (SEC) sobre cripto staking ser considerado ativo mobiliário – o que inclui o novo formato proof-of-stake do Ethereum -, também infere nesse momento”, explica Izidoro.

Já Cesário Martins, CPO da LoopiPay, destaca que esse upgrade foi planejado por 6 anos e traz benefícios claros para a comunidade.

“A rede Ethereum agora é muito mais amigável ao ambiente, trazendo uma redução de energia de 99.95%. Com isso, além de ser melhor para a sociedade, abre espaço para que empresas e instituições que estão ligadas a investimento em ESG participem da rede”

Segundo ele, agora o protocolo agora vai pagar um retorno “risk free” para os validadores da rede. Atualmente, esse retorno é de 4.1% ao ano. Esse é o chamado bond nativo da internet.

“Qualquer pessoa pode virar um validador se tiver 32 ETH, sem precisar investir em máquinas pesadas, ou pode fazer stake de uma quantidade menor de ETH em um validador para participar dessa nova economia e aumentar a segurança da rede”, afirma.

Para ele, o Merge também provou ao mundo que a rede Ethereum, apesar de ser um protocolo descentralizado, consegue se organizar para evoluir sua tecnologia. O novo algoritmo de consenso está preparando a rede para um futuro upgrade que deve aumentar a capacidade da rede, melhorar sua velocidade e diminuir os custos de transação.

Tendência de preços positivos no médio e longo prazo

O Ethereum passou por um dos processos mais importantes de sua história, segundo Paulo Boghosian, co-head do TC Cripto.

“No PoS em vez de haver mineradores trabalhando para validar as transações, você tem pessoas colocando moedas em stake (ou lockup) para validar essas transações. Isso significa que há uma queda de consumo de energia bastante expressivo”.

Segundo ele, o ponto é que, com essa atualização, o Ethereum vai se tornar mais rápido, escalável e a sua taxa de emissão vai diminuir bastante.

“Ou seja, a emissão de novos tokens no protocolo vai cair de 4,5% ao ano para 0,5% ano, aproximadamente. Com isso, a oferta ficará cada vez mais escassa, e isso tende a ser positivo para o preço, no médio a longo prazo”, aponta Boghosian. 

Outro ponto trazido pelo co-head é que esse upgrade foi de complexidade super alta, já que foi feito enquanto a blockchain continuava rodando e de forma impecável. 

“Mesmo que o preço do token tenha apresentado alta volatilidade próximo ao evento, foi menor do que o esperado.  “Existia um posicionamento no mercado futuro muito agressivo, tanto dos shorts quanto de pessoas comprando opções de vencimento pro final do ano ou pro final do mês, a preços bem acima do que hoje o Ethereum foi negociado”, explica Paulo Boghosian.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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