Por que o maior banco de investimento da América Latina investe em cripto?
Nos últimos anos, as criptomoedas vêm despertando o interesse até dos investidores mais tradicionalistas. Foi assim que o maior banco de investimento da América Latina percebeu que não poderia ficar para trás e deveria abraçar a promessa de inovação e disrupção do sistema financeiro representada pela tecnologia blockchain.
André Portilho, head de digital assets no BTG Pactual, participou da terceira edição do evento do Future of Money, que ocorreu de forma online e gratuita entre os dias 26 e 28 de janeiro com os maiores especialistas do mercado no Brasil e no mundo. Em entrevista, o veterano contou como o banco abriu os olhos para as criptomoedas: a partir de seus clientes. “Depois do boom do bitcoin e das outras criptos em 2017, a gente começou a ser muito perguntado pelos nossos clientes. Eles queriam saber uma opinião a respeito disso. E na época a gente não tinha uma opinião. Pensamos: ‘temos de prestar atenção nisso’, e prestar atenção, para nós aqui no banco, é fazer algo na prática”, comentou.
Com iniciativas que foram desde fundos de bitcoin e ether, até um security token que representa um portfólio de imóveis no Brasil chamado ReitBZ, e a possibilidade de receber cashback do cartão de crédito em cotas de fundos de criptoativos, o BTG se tornou destaque latino-americano em mais uma área e ganhou o pódio de maior distribuidor do HASH11, primeiro ETF de cripto do Brasil. Segundo André Portilho, o período foi de muito aprendizado: “Foi um conjunto de aprendizados que faz com que a gente consiga ter uma visão mais abrangente da tecnologia, de seu potencial”.
Agora que está munido do conhecimento necessário, o BTG quer ir além e está desenvolvendo uma plataforma exclusiva para criptoativos, a Mynt, anunciada no final do ano passado. Em sua participação no evento do Future of Money, Portilho afirmou que o intuito é atender à demanda de seus clientes de forma descomplicada e com a segurança e a credibilidade que o banco de investimento já oferece. Mais novidades, segundo ele, seriam anunciadas em “seu devido tempo”.
Quando perguntado sobre o movimento de queda generalizado que afeta o preço de diversos criptoativos nos últimos meses, relembrou outros acontecimentos parecidos que vivenciou em seus anos de experiência com a negociação de cripto, mas afirma que agora este segmento está cada vez mais correlacionado aos mercados tradicionais. “A diferença sobre essa correção que estamos vivendo é que agora, como passamos a ter mais adoção institucional e de investidores tradicionais nos últimos dois anos, é normal que [o bitcoin] tenha uma correlação e passe a se movimentar mais em consonância com outros ativos de risco”, justificou.
Traçando comparativos entre a tecnologia blockchain e o início da internet nos anos 1990, o especialista se demonstrou otimista caso esta nova tecnologia cumpra o que promete. “Por ser uma tecnologia nova, tem incerteza, tem risco, tem volatilidade. Mas, caso continue desenvolvendo, caso tenha de fato o poder transformador para a sociedade e para a economia que as pessoas estão esperando, ela tem um potencial de crescimento e consequentemente de valorização muito alto”.
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