Por que o Bitcoin vale tanto?
Agora que você já leu meu artigo anterior sobre o que é o Bitcoin, se vale a pena investir nesta criptomoeda, como funciona a tecnologia e segurança por trás dela, a pergunta que fica é: afinal, por que o Bitcoin (BTC) vale tanto? BTC está caro? Estas são algumas das perguntas que mais escutamos por aqui.
Embora seja impossível prever o movimento a curto-prazo da criptomoeda, podemos comparar seu valor de mercado com outros ativos, para conseguir responder esta pergunta.
Lembrem-se que existem 18,55 milhões de Bitcoins em circulação, quando o limite máximo determinado no ato de sua criação foi a emissão de 21 milhões. Em contrapartida, a criptomoeda Ripple (XRP) possui 33,5 bilhões em circulação. Sendo assim, se um único XRP custasse R$ 93 mil – cotação do BTC na manhã desta quinta-feira (26) – seu valor de mercado seria de R$ 3,1 trilhões. Isso dá mais do que o somatório de todas as moedas existentes, na casa dos R$ 2,6 trilhões.
Por esse motivo, a cotação unitária da Ripple é bem mais baixa que a do Bitcoin. Ou seja, tudo depende do limite máximo de moedas que estão sendo emitidas no mercado. Para evitar estas distorções, os investidores profissionais precisam avaliar a cotação unitária, comparada a outras moedas em circulação e chegar ao valor de mercado total.
Com esta conta, conseguimos chegar ao valor de mercado do Bitcoin. Quando multiplicarmos os 18,55 milhões de BTC em circulação pela cotação de R$ 93.000, encontramos o valor de R$ 1,7 trilhão (US$ 324 bilhões). De maneira análoga, o grama do ouro possui o preço de R$ 322, logo 1 quilograma sai por R$ 322 mil. O metal precioso não fica mais caro quando medido em kg. Sendo assim, é correto afirmar que 10.000 satoshis custam R$ 9,30. Satoshi nada mais é do que a menor fração que a rede Bitcoin, atualmente, enxerga.
Agora, quando pensamos se o Bitcoin está ou não caro, chegamos a conclusão que não e te explico o porquê. O valor de mercado de R$ 1,7 trilhão (US$ 324 bilhões) pode ser, diretamente, comparado aos R$ 59,2 trilhões do ouro (US$ 11 trilhões). Em suma, apenas 3% do valor de mercado do metal precioso.
Alguns analistas comparam o valor de mercado do Bitcoin com o de empresas, como por exemplo, o Paypal. No entanto, não há muito sentido nisso, já que as ações do Paypal ou de qualquer outra empresa dependem, única e exclusivamente, da capacidade da companhia em crescer e dar lucro. Enquanto o Bitcoin, ouro, obras de arte e imóveis são bens desejáveis, justamente, por conta de sua escassez, sua restrição em termos de quantidade. Desta forma, não há necessidade de se produzir nada, tampouco de continuar desenvolvendo mercados.
Portanto, vale sim investir no BTC. Entretanto, a criptomoeda é muito volátil no curto e médio prazo, sendo recomendável que os clientes façam as suas compras divididas ao longo de seis ou mais meses e que diversifiquem suas carteiras.
Um ponto importante é que o Bitcoin não compete apenas com o ouro. Além de toda uma gama de outras criptomoedas como Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash, stablecoin DAI, entre outros, existem US$ 31 trilhões em investimentos de renda fixa no mundo apresentando rentabilidade líquida negativa, segundo informou a Bloomberg, além de outros investimentos tradicionais como renda variável, fundos imobiliários e etc.
Ou seja, os investidores estão ganhando menos do que a inflação. Dessa forma, estão perdendo dinheiro por medo de investir em ativos mais arriscados como ações de empresas, imóveis ou criptomoedas.
Se o Bitcoin capturar 1% deste mercado, são US$ 310 bilhões de novo fluxo. Isto é, praticamente, o valor de mercado atual de todos os Bitcoins em circulação. Portanto, assumir que o Bitcoin pode multiplicar por 5 ou 10 vezes sua cotação atual não é nada absurdo. O desafio é ter paciência e alocar uma quantia mensal de forma regular ao longo de vários meses.
Além disso, muito se fala sobre a falta de regulamentação no mercado, que gera insegurança no investidor. De fato, este tem sido um assunto discutido na maioria dos países e está avançando. Em contrapartida, já falamos aqui sobre a alta segurança que o sistema em blockchain possui.
Portanto, se você é investidor e ainda não aplicou parte do seu dinheiro em criptomoedas, sinto que está perdendo um ótimo negócio.
NOTA: As opiniões expressas aqui são as do autor e não representam ou refletem necessariamente as opiniões do BeInCrypto e de seus editores.
Esse artigo foi escrito por Daniel Coquieri, 38 anos, CEO da BitcoinTrade, corretora especializada no mercado brasileiro de criptomoedas com seu sócio Carlos André Montenegro. Desde então, Daniel é o responsável por toda a operação da BitcoinTrade e cuida das áreas de marketing, desenvolvimento de produtos e relacionamento com clientes. Atualmente contribui para o BeInCrypto como colunista.
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