Polícia de São Paulo encontra mineradora de bitcoin do PCC
A Força Tática da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) recebeu uma denúncia anônima e localizou uma mineradora de bitcoin que pertence a membros do PCC, uma das maiores facções criminosas do país.
Segundo a denúncia anotada pela PM, a mineradora era usada por membros da organização para lavar dinheiro oriundo de atividades ilícitas. A reportagem foi mostrada no programa Operação de Risco da Rede TV! que foi ao ar no domingo (03).
Apresentado por Jorge Lordello, que é advogado e especialista em segurança, o programa falou com dois dos policiais que participaram da operação, até então, atípica para eles. “Você já tinha se deparado com algo nesse sentido?”, perguntou Lordello.
“Não. A ocorrência com esta especificidade eu nunca deparei. Nem eu nem os policiais que estavam comigo nos deparamos com uma ocorrência do tamanho e sofisticação do crime”, respondeu o tenente Goulart.
O policial disse que normalmente quando eles têm operação em uma casa protegida por criminosos, chamadas de “casas-bomba”, eles encontram armas, drogas, dinheiro, sendo esta, a primeira vez que eles se deparam com este tipo de produto.
“O crime migrou, ele sofisticou. É um crime bem organizado, bem complexo. Na verdade ele transformou o dinheiro ilícito de tráficos e roubos em bitcoin”, disse o outro policial, cabo Samuel.
Mineradora era monitorada
Depois de receberem informações pelo Disque-Denúncia de que uma pessoa filiada a uma facção criminosa de São Paulo mantinha uma casa com ilícitos, os policiais seguiram para o local (não identificado nas imagens) que foi cercado e a casa invadida.
A reportagem mostra que as portas estavam fechadas, mas não trancadas, o que facilitou a entrada dos policiais. Não havia ninguém na residência.
Ao adentrar, um dos cômodos da casa revelou um equipamento típico de mineração de bitcoin — o local supostamente estava sendo monitorado à distância por uma câmera de vigilância, instalada discretamente como lâmpada.
Por ser uma abordagem incomum na rotina dos policiais, eles enviaram fotos do equipamento a um especialista que confirmou que se tratava de uma mineradora de criptomoedas. Também foram encontrados um notebook, um cofre e uma maquininha de cartão.
Local seria ampliado
Segundo os policiais, várias mudanças na estrutura da casa estavam em andamento, possivelmente para a implantação de ar-condicionado e ampliação do negócio — as janelas já haviam sido arrancadas e fechadas em alvenaria, bem como cabos de internet distribuídos.
A polícia recolheu, então, todos os equipamentos e os levou para o 47º Departamento de Polícia de Capão Redondo, bairro da Zona Sul de São Paulo.
Líder do PCC está em presídio federal
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) autorizou os governos federal e de São Paulo a transferir Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais 21 integrantes da facção criminosa para presídios federais.
A remoção foi realizada no dia 13 de fevereiro e eles foram levados da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau e de Presidente Bernardes, municípios do interior do estado, para presídios federais em Brasília, Mossoró (Rio Grande do Norte) e Porto Velho (Rondônia).
De acordo com o despacho do juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, titular da 5ª Vara das Execuções Criminais Central, em 09 de fevereiro, a decisão foi tomada em ação do Ministério Público do Estado de São Paulo depois da identificação de um plano de resgate dos presos.
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