Polícia Federal se une com FBI para pegar traficante que usava bitcoin no Brasil
Quatro pessoas suspeitas de cometerem crimes através da deep web e lavar dinheiro com bitcoin foram presas pelo FBI na segunda-feira (06). As ações foram feitas na França, Alemanha, Holanda e Brasil em uma ação conjunta da Polícia Federal dos Estados Unidos e autoridades locais.
Um dos suspeitos é um israelense que possuía residência no Brasil. Ele foi localizado e preso no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na França.
De acordo com a Polícia Federal do Brasil, o cidadão de Israel era o principal alvo da operação. Ele não teve seu nome divulgado.
Na casa onde morava o suspeito, que fica no Lago Sul, em Brasília, a PF encontrou R$ 200 mil em espécie e dispositivos que armazenam bitcoin, o que dá a entender que são carteiras físicas de criptomoedas. A polícia acredita que ele é o principal moderador de um site ilegal.
Todos os presos são suspeitos de manter a plataforma na chamada deep web, uma rede mundial acessada por meios não convencionais.
Através do site, indexador dos principais mercados ilegais da Dark Web, os cibercriminosos realizavam negociações de armas, drogas e compras com cartões de crédito roubados.
Polícia Federal investiga
Segundo a Polícia Federal, o homem também fazia tutoriais de como comprar produtos ilícitos online de forma segura e ensinava táticas para as ações não serem identificadas pela polícia.
A prática o permitia ser remunerado por cada transação efetivada e assim levantar dinheiro ou criptomoeda de forma criminosa.
“As investigações constataram que o israelense recebeu taxas das transações de cerca de 15 mil usuários, que negociaram os mais diversos produtos ilegais, ou seja, obteve uma parte do lucro das transações de produtos ilegais”, disse a PF.
Pornografia infantil
De acordo com polícia, o preso também é suspeito de praticar o crime de pornografia infantil. A PF diz que no ano passado ele foi alvo de mandado de busca e apreensão para investigação do delito.
Disse, ainda, que na ocasião, foi apreendido cerca de R$ 1 milhão em espécie, inclusive em moeda estrangeira, além de notebooks e smartphones usados na prática do crime.
Criador de criptomoeda condenado
No final do ano passado, Marcelo Valle Silveira Mello, criador de uma criptomoeda para homenagear o presidente Jair Bolsonaro, a polêmica Bolsocoin, foi considerado culpado por terrorismo e pedofilia.
Ele foi condenado a 41 anos, seis meses e 20 dias de prisão por diversos crimes cometidos na internet, dentre eles racismo, terrorismo e a incitação para cometimento de crimes.
A decisão, de 19 de dezembro de 2018, foi proferida pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
Mello não poderá recorrer em liberdade, uma vez que o seu pedido de Habeas Corpus foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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