Policia Civil realiza Operação Lucro Fácil contra E-Bit FX acusada de golpe com Bitcoin

Operação Lucro Fácil da Policia Civil investiga ações da E-Bit FX que teria lesado milhares de clientes no interior de São Paulo

A Polícia Civil de Araçatuba, realizou recentemente a “Operação Lucro Fácil” que teve como alvo a empresa E-Bit FX, que oferecia planos de investimento com rentabilidade garantida por meio de supostas aplicações em Bitcoin e criptomoedas.

Importante salientar que a E-Bit FX não tem qualquer relação com a empresa E-Bit que mede a reputação das lojas virtuais.

No total a Polícia cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Araçatuba, onde fica a sede da empresa, e Birigui, onde mora o proprietário e uma sócia, suspeita de atuar como “laranja” no esquema investigado desde o início do ano.

Nas buscas os policiais recolheram diversos documentos, contratos, computadores e até contratos de confidencialidade assinado por funcionários, que eram proibidos de falar assuntos referentes à empresa. Além disso, no escritório os policiais encontraram também um revólver preto, cano curto, de calibre 38.

Já em Birigui os policiais cumpriram mandados na casa do proprietário e dos pais dele, além da casa de uma sócia que a polícia apura se ela seria “laranja” do esquema investigado.

.”A empresa oferecia altos rendimentos para atrair e convencer clientes a investirem em moedas virtuais, ou criptomoedas, como também são conhecidas (…) O investidor aplicava o dinheiro e depois de 30 dias recebia um valor de volta referente a 30% do que aplicou, que seriam os juros. No entanto, os outros 70% continuavam com a empresa, como forma de reaplicação. 

Para acompanhar a evolução dos rendimentos diariamente, o cliente recebia um login e senha para acessar uma plataforma (…) Vendo a vantagem financeira, os clientes eram convencidos a aplicar mais recursos. No entanto, aí que o golpe se consolidava, porque ao investir mais dinheiro, a empresa simulava um problema, onde o cliente perdia o acesso a esta plataforma digital, e posteriormente não conseguia mais contato com a empresa e acabava perdendo o valor investido”, destacou o delegado que comandou a operação, Alessander Lopes Dias.

Denuncias começaram após atraso em pagamentos

A investigação teria começado a partir de uma série de denúncias de clientes que teriam aplicado na plataforma mas não conseguiram resgatar seus valores e, além de ações judiciais, procuraram a Polícia Civil para registrar diversos boletins de ocorrências contra a empresa e seus operadores.

Um dos clientes da empresa relata ter aplicado cerca de R$ 3 milhões na plataforma e, assim como um investidor de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, não conseguiu reaver qualquer valor aplicado.

“Estou a um ano nessa empresa chamada ebi-fx empresa de investimentos coloquei 8 mil reais e até hoje não recebi nenhum centavo já tentei negociar de várias formas e nao consegui pelo que estou vendo vou ter que colocar na justiça tem um tal de eduardo tomiyama que é o dono nem telefone ele atende”, alega um investidor de Volta Redonda, Rio de Janeiro.

Sem registro e novo ‘golpe’

O Cointelegraph constatou que a empresa, embora ofereça rendimentos atrelados a investimentos, não tem qualquer registro ou dispensa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, portanto, atuava de forma irregular no país.

Ainda segundo a investigação após o negócio com criptomoedas ‘desandar’ os operadores da empresa teriam criado um plano de seguro de vida resgatável após 12 meses, uma modalidade não legalizada no mercado e que também não tinha qualquer registro legal, o que, provavelmente, segundo os policiais seria uma nova fraude e após o prazo ninguém conseguiria resgatar nada.

Nota da E-Bit FX

Em uma nota divulgada a E-Bit FX esclarece que:

“A diretoria da E-bit Fx, com sede em Araçatuba- SP, esclarece aos senhores (as) gerentes e clientes, que as operações da empresa estão funcionando normalmente. A Operação realizada tem como objetivo esclarecer às autoridades policiais, as operações, produtos e serviços que a empresa atua, diante das fiscalizações que estão sendo feitas em diversas empresas do Brasil.

O Departamento Jurídico da empresa está atuando com toda sua equipe, bem como advogados especialistas em criptoativos para esclarecer às autoridades nossas operações. A empresa apenas está como alvo de investigação, como todas que trabalham neste segmento e está ciente e correta em todas as solicitações que lhe foram submetidas durante a Operação.

Todos os Departamentos da empresa estão atuando, normalmente, bem como as operações de pagamento junto aos nossos clientes ocorrerão normalmente, nos prazos estabelecidos pela empresa. Lembramos que a E-bit Fx é uma empresa sólida que honra com os seus compromissos e está aberta a esclarecer eventuais dúvidas pela nossa equipe de suporte” finalizou.

Como noticiou o Cointelegraph, em outro caso que vem sendo investigado pela Polícia, a PF revelou que Leidimar Lopes, presidente da Unick Forex, não seria o único ‘dono’ da suposta pirâmide financeira. O advogado Fernando Baum Salomon, seria um sócio oculto do suposto esquema. Salomon, nega.

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