Polícia descobre 120.000 sites criminosos sobre o coronavírus e muitos pedem ‘resgates em Bitcoin’
Cresce o número de golpes que usam falsas plataformas e se aproveitam da pandemia para roubar dinheiro e dados de vítimas.
Uma análise da polícia espanhola mostra que foram criados mais de 120 mil sites criminosos sobre o novo coronavírus em todo o mundo. De acordo com o site ABC Espanha, esses domínios foram registrados para aplicarem golpes na internet, como roubos de dados e até “pedidos de resgate” envolvendo criptomoedas como o Bitcoin.
O estudo concluiu que cerca de um terço de todos os sites criados recentemente sobre a doença representam ameaças para os usuários.
Geralmente, são falsas plataformas de informações que aproveitam da preocupação mundial com o coronavírus, segundo o analista de computação forense Manuel Guerra, responsável pelo estudo.
Em alguns casos, golpes envolvendo o Covid-19 anunciam a venda de equipamentos médicos e até de remédios duvidosos que prometem a cura da enfermidade.
Por outro lado, o estudo dos domínios com a temática do coronavírus mostra que fraudes relacionadas ao Bitcoin não são maioria entre os casos.
Golpe pede Bitcoin como resgate
A Polícia Judiciária da Espanha descobriu um número alarmante de sites fraudulentos sobre o coronavírus. Existem 120.141 endereços voltados para a doença que são considerados suspeitos pelo estudo, por apresentar indícios de atividades criminosas.
A análise usou dados recolhidos até este domingo (5), onde foram encontrados 362.549 sites no total a respeito do coronavírus.
Desse total, um terço dos endereços representam três tipos de golpes que são aplicados usando a grande demanda de informações sobre o Covid-19 na internet.
A maioria dos sites fraudulentos envolvem a falsa venda de equipamentos médicos e de medicamentos pela internet.
Dos mais de 120 mil sites fraudulentos, 50% deles correspondem a esse tipo de crime, onde as vítimas acreditam na compra efetuada, mas não recebem nenhum produto.
Outros 40% do total de delitos encontrados pela pesquisa correspondem ao roubo de dinheiro, que acontece após descobrirem informações sensíveis das vítimas. Nesse caso, os criminosos fazem pequenas transferências até liquidar a conta bancária invadida.
Do três tipos de golpes mais comuns mapeados na análise, as criptomoedas aparecem em apenas 10% dos casos, em pedidos de “resgate” de equipamentos infectados por malwares.
São casos em que computadores e smartphones são invadidos por um malware que pede até R$ 5 mil como “resgate” para liberar o equipamento “infectado”. Ou seja, o Bitcoin é minoria diante dos casos de fraudes encontrados pela pesquisa.
Número de sites falsos sobre o coronavírus dispara
O analista Manuel Guerra declara que “nunca vimos nada assim”, em relação a enorme propagação de endereços maliciosos criados após a disseminação da doença.
Ele adverte que é comum criminosos utilizarem assuntos do momento para conseguir dinheiro indevidamente na internet, como está acontecendo com o coronavírus.
Porém, nada se compara aos milhares de sites criados nas últimas semanas, de acordo com a análise do policial que acompanhou o crescimento desses domínios.
O número de endereços fraudulentos sobre a enfermidade saltou mais de dez vezes em pouco mais de uma semana.
“Passamos horas e horas em frente ao computador, monitorando a rede e tentando detectar sites fraudulentos. Assim que localizamos um, bloqueamos. Mas, obviamente, é um trabalho de enormes dimensões.”
No dia 24 de março de 2019 existiam apenas 12 mil sites maliciosos acerca do Covid-19.
Em menos de 24 horas esse número subiu para 72 mil endereços que continuaram aumentando até o dia 2 de abril, quando esse número atingiu 135 mil plataformas criminosas.
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