Polícia prende suspeito que usava empresa de Bitcoin para enganar e fazer empréstimos em nome de idosos

Acusado utilizou cópia de documentos para abrir contas em banco digital e transferiu dinheiro até para as filhas

Acusado de aplicar golpe em mais de 250 pessoas, Valter de Paula Petenatti foi preso preventivamente em Araçatuba – SP ao usar uma empresa de Bitcoin para enganar idosos.

De acordo com o SBT, o suspeito criava contas em um banco digital em nome das vítimas em busca de dinheiro, fazendo empréstimos e transferindo todo o limite disponível.

A investigação sobre o caso aponta que Valter de Paula conseguia os documentos das vítimas oferecendo investimentos em criptomoedas. No entanto, ao usar uma empresa de Bitcoin, o acusado movimentou até R$ 1 milhão com a fraude que aconteceu no interior de São Paulo.

Golpe movimentou R$ 1 milhão em banco digital

No total, Valter de Paula Petenatti fez 258 vítimas e pode ter movimentado até R$ 1 milhão com o golpe envolvendo investimentos em criptomoedas. A investigação sobre o caso aponta que a maioria das vítimas são idosos.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu o acusado nesta última quarta-feira (3), em Araçatuba. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Fábio Daré, Valter é conhecido no meio policial por aplicar golpes na região envolvendo cartões de crédito.

O suspeito utilizava uma empresa de criptomoedas para atrair investidores e conseguir cópia dos documentos necessários para a abertura de conta em um banco digital.

Em entrevista, o delegado disse que o suspeito movimentou R$ 1 milhão abrindo contas e transferindo dinheiro em nome das vítimas da fraude.

Para a verificação das contas digitais, Petenatti pedia as vítimas para enviar uma foto segurando o documento de identificação.

“Ele tirava cópia da documentação e entrava em um banco virtual e se cadastrava como se fosse a pessoa. Ele pegava os dados e pedia para que as pessoas tirassem uma foto segurando o CNH ou o RG”

Ainda segundo o delegado, o investigado utilizou o conhecimento em tecnologia e investimentos digitais, como o Bitcoin, para enganar as vítimas.

“”A pessoa que trabalha com bitcoins já é acostumada a mexer com tecnologia. Ele usou esse know-how para aplicar um golpe inteligente.”

Acusado transferiu dinheiro para a própria conta

A investigação sobre o golpe aponta que Valter de Paula Petenatti parecia não se importar com os desvios de dinheiro, segundo disse Fábio Daré. O acusado transferia dinheiro para conta de familiares e amigos.

“Não sei se por ingenuidade ou por não acreditar na Polícia Civil, mas ele enviava o dinheiro para a conta dele e da mulher.”

Todo o valor que conseguia obter com as contas digitais eram transferidos para contas relacionadas ao homem preso. Além de usar a conta própria e da esposa, Valter enviou dinheiro para contas de amigos, parentes e até das filhas com apenas 9 e 10 anos.

“ Ele pegava o limite que o banco cedia e transferia para outras contas. Ele ainda abriu uma conta no nome das filhas que tem cerca de 10 anos e começou a mandar dinheiro para a conta delas. Além de ter usado o cunhado e um amigo.”

Antes de ser preso pela Polícia Civil, o banco digital bloqueou transferências para os CPFs usados na fraude para evitar que mais dinheiro fosse enviado pelo acusado.

Segundo as autoridades, Valter começou a transferir dinheiro e fazer empréstimos em nome de idosos em novembro de 2019.

Com cerca de R$ 1 milhão “arrecadado” com o golpe, o acusado abriu uma loja de sapatos para a esposa, conforme aponta a investigação sobre o caso. Antes da prisão, Valter também comprou um veículo de R$ 185.000 à vista com o dinheiro desviado.

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