Plataforma brasileira estreia com Felipe Neto e quer democratizar NFTs
A 9Block, primeira plataforma de NFTs 100% brasileira, foi lançada nesta quarta-feira, 9, com uma coleção de tokens não-fungíveis do youtuber Felipe Neto. O site, que utiliza a blockchain nacional Hathor Network, é a nova empreitada da Play 9, agência de conteúdo que tem o próprio Felipe e o ex-diretor da Globo, João Pedro Paes Leme, entre os sócios. Segundo eles, a ideia é “democratizar o acesso à tecnologia”.
“Queremos nos tornar uma ‘media tech’, e a blockchain oferece oportunidades para isso. Quando decidimos entrar no universo dos NFTs, queríamos que a plataforma fosse totalmente brasileira e que fosse democrática, sem as taxas absurdas de outras plataformas do gênero”, disse Paes Leme em entrevista à EXAME.
Desta quarta até o próximo dia 27, a plataforma vai divulgar uma nova arte relacionada ao youtuber a cada três dias, quando então os seis NFTs – cada um com uma tiragem específica e um rótulo como “rara”, “super rara” e “lendária” – poderão ser adquiridos por valores a partir de 100 reais.
Depois, estão no planejamento da empresa a criação de um mercado secundário, para que os usuários possam revender os NFTs adquiridos, e também o lançamento de coleções de NFTs de outros artistas – inicialmente convidados, depois aqueles que forem aprovados por um “comitê de curadoria” e, no futuro, qualquer artista interessado em emitir um NFT.
“No início, queremos ensinar, ajudar as pessoas a entender este universo”, explicou Helbert Costa, sócio da Play 9 e líder do projeto com tokens não-fungíveis, à EXAME. “Queremos tirar o ‘coeficiente nerd’ que hoje existe por trás das plataformas de NFT. No futuro, a ideia é oferecer uma experiência semelhante à de um e-commerce, onde tanto vender quanto comprar produtos são atividades simples”, afirmou, antes de reforçar a ideia de que a plataforma pretende atingir pessoas que estão de fora do universo das criptomoedas e da blockchain: “Nosso público é quem ainda não mexe com isso”.
“Acreditamos que os NFTs oferecem uma possibilidade grande de democratizar a arte. Para cumprir esse objetivo, nos apoiamos em três pilares: o primeiro é facilidade de uso da plataforma. O segundo é a educação, e acreditamos que os NFTs são uma porta de entrada para esse mundo descentralizado da blockchain. O terceiro é a redução dos custos”, disse Helbert, que é especialista em tecnologia. Para ele, a escolha pela blockchain Hathor Network passa justamente por esse último ponto, já que reduz o custo das transações.
“A Hathor nasceu para resolver o problema de escalabilidade de redes como Bitcoin e Ethereum”, disse Yan Martins, CEO da Hathor Network, fazendo referência às duas redes que, quando sobrecarregadas, geram custos elevados para as transações dos seus usuários.
Na blockchain brasileira, não há cobrança de taxas, o que atende aos interesses da 9Block e seu objetivo de oferecer NFTs a preços mais baixos e de permitir a emissão de NFTs sem custos, diferentemente do que acontece em outras plataformas e marketplaces do setor, que em geral utilizam a rede Ethereum. “Outra coisa que nos aproximou foi que oferecemos, através do Hathor Labs, todo o suporte para desenvolvedores de casos de uso na blockchain”, contou Yan.
Para facilitar a adesão dos usuários, a nova plataforma também aceitará outros métodos de pagamento além de criptomoedas, como cartão de crédito e outros métodos oferecidos pelo PayPal. João Pedro Paes Leme, entretanto, reconhece que isso não basta para atrair um público que, em sua maioria desconhece o universo blockchain: “Toda nova tecnologia capaz de revolucionar o mundo sofreu antes de se consolidar”.
Com parceiros de peso, incluindo artistas e influenciadores com enorme alcance como o próprio Felipe Neto, que geram mais de 1 bilhão de interações nos canais de YouTube e redes sociais comandados pela Play 9, a 9Block nasce com potencial de levar os NFTs a um novo – e gigantesco – público no Brasil. “Temos um papel educativo, de fazer as pessoas compreenderem que é um mercado, que gera oportunidades, e claro que isso vai levar um tempo”, finalizou Paes Leme.