Pix é só o começo da revolução digital no mercado financeiro, apontam especialista

Pix é o começo de uma revolução no sistema financeiro do Brasil porém ainda tem desafios culturais para resolver aponta especialistas

O Pix, novo sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central do Brasil está prestes a completar um mês de funcionamento.

Prometendo ‘revolucionar’ os pagamentos digitais no Brasil e inclusive diminuir a demanda por Bitcoin e criptomoedas especialistas apontam que o Pix tem como obstáculo enfrentar o conservadorismo da população, que ainda está acostumada a fazer transações financeiras do modo tradicional, como o uso de boletos, TED e o dinheiro físico.

Assim embora a chegada do Pix encabeça uma revolução digital que está acontecendo no Sistema Financeiro Nacional ele ainda tem desafios ‘culturais’ para resolver.

Contudo oo novo sistema está preparando pessoas e empresas para um mercado cada vez mais tecnológico, que se expandirá mais nos próximos anos, com o open banking e o sandbox regulatório.

“A sociedade brasileira hoje, predominantemente, trabalha com o dinheiro físico. O Pix vem para tentar difundir ainda mais as transações virtuais. Então, haverá menos circulação de papel, e isso tem um impacto em cadeia”, explica José Luiz Rodrigues, especialista em regulação do mercado financeiro e sócio da JL Rodrigues & Consultores Associados.

Pix

José Luiz destaca que os outros meios de pagamento continuarão a funcionar, mas a tendência é que o Pix possa substituir comportamentos de compra hoje existentes.

“Isso afeta a gestão dos negócios, com a necessidade de modificar a dinâmica de dinheiro em caixa; as instituições financeiras, que com o Pix terão uma mudança de receita, ganhando por quantidade de transações e não por valores transacionados; e o comportamento do próprio consumidor, que entenderá, na prática, que as transações digitais vão além do consumo em lojas virtuais”, afirma.

Além disso, a nova realidade digital, iniciada com o Pix, exigirá novas posturas do mercado.

“Essa nova realidade cria um ambiente mais competitivo, com mais segurança, onde os bancos tradicionais, as instituições de diferentes portes, fintechs, insurtechs e demais startups disputarão mercado por igual, e levará vantagem aquela prestadora de serviços que puder oferecer qualidade com menores custos e de maneira mais criativa”, pontua.

Para a empresa de tecnologia LiveOn, que oferece toda a base digital para empresas que desejam operar com serviços financeiros, desde o seu anúncio, o Pix proporcionou um aumento na utilização de  transações digitais.

“Houve um crescimento em cadeia. Com a proximidade do lançamento do Pix, percebemos um aumento de instituições que nos procuraram para trabalhar como bancos digitais. E isso reflete também no consumidor. Até julho, as transações financeiras realizadas em nossa plataforma totalizavam R$ 150 mil, e chegaram em R$ 40 milhões em novembro”, detalha Lucas Montanini, CEO da companhia.

Pix e o fim do dinheiro

Respondendo uma pergunta feita pelo Cointelegraph Campos Neto destacou que a intenção do Banco Central é substituir a moeda física por uma versão digital e com isso acabar com as notas de Real em circulação no país.

“É uma moeda digital só para pagamentos de câmbio? Não. É uma moeda digital que entendemos que vai se estender e vai substituir a moeda física aos poucos”, disse.

Campos Neto também declarou que isto não significa que um CBDC vá substituir o Real 100% de uma só vez. Apesar disso, a idéia é digitalizar o Real:

“Nós estamos avançando no caminho de ter uma moeda digital , de ter um processo mais digital ,isso não significa que vai substituir a moeda física 100% nesse momento, isso não significa que existe um intuito de fazer de uma forma diferente , só para câmbio ou só para um produto. Não. O intuito é ter uma moeda digital como um todo. É ter o Real digitalizado”, disse.

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