Pior moeda no ano, real ainda não viu fundo, apontam analistas

O surto do coronavírus impactou profundamente a grande maioria das moedas de mercados emergentes. Várias dessas moedas atingiram níveis mínimos. Porém, o real se destacou com uma queda de 32% em relação ao dólar desde janeiro.

No início do ano ainda era possível comercializar o dólar por R$ 4, porém, já em meado de maio a cotação da moeda norte americana subiu para R$ 5,96, fazendo com que a moeda brasileira marcasse o ponto mais fraco de todos os tempos.

E as más notícias não param por aí: alguns dos bancos mais influentes prevem que o dólar pode chegar a R$ 6 ou além. O UBS, inclusive, acredita que a moeda norte americana vai bater R$ 7,35 em 2021.

As apostas são altas, o Goldman Sachs espera que o dólar seja negociado a R$ 6 em três meses, já o JP Morgan é menos otimista, o dólar deve bater esse patamar ainda em junho.

Grande reviravolta nas previsões

No final do ano passado, investidores internacionais escolheram o real como uma de suas apostas favoritas para 2020. Eles previram que o Brasil teria um crescimento econômico na faixa dos 2%, com o governo fazendo uma série de reformas ambiciosas.

Porém, as previsões foram por água abaixo, a crise sanitária causada pelo coronavírus e a crise econômica e política fizeram com que, só nos primeiros quatro meses do ano, os mercados brasileiros de ações e renda fixa perdessem cerca de US $ 44 bilhões de investidores internacionais e locais.

Como abordado anteriormente aqui no BeInCrypto, o banco central está tentando contornar essa crise, porém suas ações não estão surtindo efeito. Alguns analistas acreditam que o BC está “enxugando gelo”. A taxa Selic caiu para 3%, sua mínima histórica, o dólar subiu para patamares históricos também, o banco central realizou leilões de swaps cambiais, mas os leilões quase não surtiram efeito na cotação da moeda norte americana.

Investidores internacionais

No passado, a política turbulenta das taxas de juros significativamente mais altas em comparação aos outros mercados desenvolvidos, fizeram do Brasil o queridinho por alguns investidores. No inicio de 2019 a Selic estava a 6%, compensando o investimento no país.

Agora, com a taxa de juros a 3% e, com um provável futuro corte na Selic de até 0,75 percentual, os investidores internacionais estão cautelosos. Há quem ainda pense em investir no real, aproveitando a enorme desvalorização da moeda para comprar em baixa.

Wim-Hein Pals, gerente de portfólio para mercados emergentes da Robeco, disse que o controle de qualidade no Brasil deixa os investidores nervosos, o país não possui o melhor histórico de gerenciamento de inflação.

Ainda que ele acredite em uma provável recuperação da economia brasileira, dado os riscos de novas quedas do real, ainda é muito cedo para comprar.

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