‘Na mira dos policiais’: chefão do PCC utilizou Bitcoin e exchange brasileira para lavar dinheiro de tráfico de drogas
Plataforma que atuava na baixada santista pediu recuperação judicial após movimentar R$ 300 milhões
A facção Primeiro Comando da Capital (PCC) utilizou uma exchange brasileira para lavar dinheiro com criptomoedas do narcotráfico internacional, de acordo com inquérito da Polícia Civil. Denunciado em uma reportagem do Jornal da Band, o esquema envolveu pagamentos em Bitcoin pela exportação de drogas do Brasil para a Europa.
A investigação policial que envolve uma corretora de criptomoedas no Brasil e o PCC foi iniciada com a prisão de André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa, André do Rap é acusado de tráfico internacional de drogas. Segundo o Jornal da Band, o criminoso enviou toneladas de drogas para a Europa.
No entanto, uma exchange pode ter sido utilizada pelo investigado para a lavagem de dinheiro com Bitcoin e “está na mira dos policiais”. Segundo a reportagem, a corretora de criptomoedas entrou em recuperação judicial em 2019.
Bitcoin e PCC
A facção conhecida como PCC pode ter lavado dinheiro com operações envolvendo o Bitcoin. As autoridades investigam a associação de uma corretora de criptomoedas com o grupo criminoso.
A associação entre a plataforma de Bitcoin e o grupo criminoso é apresentada em uma investigação sobre a prisão do André do Rap. Preso no dia 15 de setembro de 2019, o investigado é apontado como responsável pelo tráfico internacional de cocaína para a Europa.
Segundo a investigação, uma exchange brasileira foi utilizada por André do Rap para lavar dinheiro. Embora o nome da plataforma não foi divulgado pelas autoridades, as informações sobre o negócio indicam que a empresa entrou em recuperação judicial.
Além disso, a corretora de criptomoedas supostamente utilizada pelo PCC é apontada como pirâmide financeira pelo Jornal da Band. O pedido de recuperação judicial foi solicitado após o esquema ter movimentado R$ 300 milhões no Brasil.
Em entrevista ao Jornal da Band, o advogado Jorge Calazans comenta sobre o negócio envolvendo o PCC e uma exchange brasileira. O advogado explica que a falta de regulação para o mercado de criptomoedas pode ser um facilitador para a prática do crime de lavagem de dinheiro com Bitcoin.
“Esquemas dessa natureza, (podem) servir também não só para investir mas para muitas pessoas, esconder dinheiro. Então, muitas vezes é usado para esconder dinheiro. Até pela falta de regulação, não tem essa fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários. Muitas vezes para lavar dinheiro, sonegar imposto.”
Chefão preso
André do Rap está preso desde setembro de 2019 e poderá deixar a prisão em breve. Considerado foragido desde 2014, o traficante é considerado um dos principais líderes do PCC.
Segundo a investigação, André do Rap teria ligação com uma corretora de criptomoedas que atuava na baixada santista antes do pedido de falência do negócio.
O preso utilizou o Bitcoin e a exchange que pediu falência para lavar dinheiro do narcotráfico internacional. No entanto, com o deferimento do pedido de habeas corpus apresentado pelo investigado, André do Rap poderá deixar a prisão em breve.
O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou o habeas corpus apresentado por André do Rap à Justiça. Segundo defesa do investigado, a prisão preventiva deverá ser revogada por excesso de prazo.
De acordo com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, André do Rap deveria continuar detido. O jurista aponta que a prisão do investigado é “fundamental para a segurança pública do estado de São Paulo”.
“A manutenção da prisão desse indivíduo é fundamental para a segurança pública do estado de São Paulo e da própria nação brasileira. Nós não podemos ficar a mercê de facções criminosas mandando uma grande quantidade de cocaína para a Europa, enriquecendo e os seus indivíduos andando livremente aí pelo país.”
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