PayPal, WhatsApp e Solana, projetos de ucranianos que mudaram o mundo
Embora a Ucrânia possa ser um país um tanto quanto desconhecido para grande parte dos brasileiros alguns dos aplicativos mais usados do mundo como WhatsApp e PayPal foram criados por ucranianos
A guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia trouxe para o centro de atenção global um país que pode não ser muito conhecido dos brasileiros e que, além da Rússia, faz divisa com Polônia, Bielorussia, Moldávia e Romênia.
Porém embora para muitos brasileiros a Ucrânia não fosse um dos países mais conhecidos e tampouco um dos roteiros em seus planos de viagens os ucranianos ajudaram a moldar a sociedade atual e construíram criptomoedas e alguns dos aplicativos mais famosos do mundo e que escreveram a relação do ser humano com o digital.
Embora a Ucrânia seja conhecida como um dos maiores e mais importantes produtores de grãos da Europa, sendo até mesmo chamada de “celeiro europeu” o país também é lar de geeks e de muitos desenvolvedores, como Jan Koum, criador do WhatsApp, agora de propriedade da Meta (Facebook).
Nascido em Kiev, capital da Ucrânia, em 1979, Koum se mudou para a Califórnia no início dos anos 1990 onde estudou sobre computação, desenvolvimento e toda a economia digital que começava a surgir. Depois, em 1997, trabalhando na Ernst and Young conheceu Brian Acton com que fundou, depois, o WhatsApp.
Depois de passarem pelo Yahoo, Koum e seu amigo Acton tentaram trabalhar no Facebook em 2007, mas ambos foram rejeitados e então Koum resolveu criar um app que revelava o status das pessoas e o batizou de WhatsApp que foi crescendo em popularidade desde então até, ironia do destino, ser vendido para o Facebook por US$ 19 bilhões.
PayPal e Revolut
Outro ucrâniano que ajudou a mudar o mundo foi Max Levchin, co-fundador do Paypal. Levchin também nasceu em Kiev, em 1975 e depois, em 1991 se mudou para os EUA, onde, em 1998, logo após se formar na faculdade, ele co-fundou (com Peter Thiel) a empresa que acabou se tornando o PayPal.
A empresa fundada por Levchin e Thiel se chamava Fieldlink, e era uma empresa de segurança que permitia aos usuários armazenar dados criptografados em seus PalmPilots e outros dispositivos PDA para que os dispositivos portáteis funcionassem como “carteiras digitais”.
Depois de mudarem o nome da empresa para Confinity, eles desenvolveram um popular produto de pagamento que chamaram de PayPal e focaram em transferências digitais de fundos pelo PDA. A empresa se fundiu com a X.com em 2000 e, em 2001, adotou o nome de PayPal como seu principal produto.
Já o ucraniano Vlad Yatsenko que também nasceu na Ucrânia, mas agora é cidadão britânico, fundou a Revolut uma das maiores fintechs do mundo que funciona como uma alternativa bancária digital que inclui um cartão de débito pré-pago (MasterCard ou VISA), e as criptomoedas Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC), Bitcoin Cash (BCH), Ripple (XRP) , oferecendo também pagamentos peer-to-peer.
Atualmente, a Revolut não cobra taxas pela maioria de seus serviços (mas por um uso limitado), usa taxas de câmbio interbancárias para seu câmbio durante a semana e cobra uma margem de lucro de 0,5% a 1,5% nos finais de semana.
O Revolut App fornece acesso a Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash e Ripple de/para 25 moedas fiduciárias e atualmente suporta gastos e saques em caixas eletrônicos em 120 moedas e enviando 26 moedas diretamente do aplicativo móvel.
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Solana e NEAR
O ucraniano Anatoly Yakovenko também está ajudando a mudar o mundo com sua criação a blockchain Solana (SOL). Yakovenko passou a maior parte de sua carreira na Qualcomm. Formado em Ciências da Computação pela Universidade de Illinois, ele atuava no desenvolvimento de softwares e mantinha um projeto pessoal para criar um hardware focado em deep learning.
“Eu estava interessado em deep learning, não em criptoativos”, disse ele, em entrevista à FTX. “Porém, comecei a pensar sobre a proof of work, sua lentidão e se, realmente era uma tecnologia necessária. A partir de então, comecei a imaginar soluções para esses problemas”, afirmou.
Este foi, de acordo com Yakovenko, o impulso inicial para criar o protocolo Solana em 2017
Outro ucraniano que vem mudando a relação entre o mundo físico e o digital é Illia Polosukhin, cofundador do NEAR Protocol. Polosukhin frequentou a Universidade Técnica Nacional “Kharkiv Polytechnic Institute” em Kharkiv, uma cidade que sofre atualmente o impacto do ataque russo.
Nascido na Ucrânia, Illia mudou-se para a Califórnia depois de terminar o mestrado em Matemática Aplicada e Ciência da Computação, na Universidade Técnica Nacional “Kharkiv Polytechnic Institute”.
Nos EUA, depois de trabalhar em vários projetos de aprendizado de máquina, ingressou no Google Research, onde se tornou gerente de engenharia em apenas um ano. Três anos depois, ele decide criar sua startup.A semente da ideia por trás do NEAR começou com os concursos de programação no High-School e no College em que Illia participou.
“Nessas competições, você gasta muito tempo lendo as descrições dos problemas e programando-os rapidamente. Entendemos que, em algum momento, isso poderia ser feito pela inteligência da máquina”.
Illia sentiu que, à medida que os engenheiros de software estão resolvendo problemas, eles estão pegando descrições muito vagas e descobrindo como torná-las concretas e executáveis – “e isso é o que você espera de sistemas inteligentes quando as pessoas falam sobre IA”.
Então ele decidiu construir algo que criasse valor no curto prazo. “Outros aplicativos de IA têm muito PR, mas não fornecem nenhuma substância. Com o NEAR.AI estamos construindo ferramentas valiosas para outros”.
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