Paymony, golpe com criptomoedas de 2014 deve devolver investimento de cliente

Golpes envolvendo criptomoedas não são novidades, com alguns grandes aparecendo desde 2014, como é o caso da Paymony, provavelmente um dos primeiros golpes com criptomoedas no Brasil. O esquema tinha claras inspirações na BitConnect, oferecendo lucros diários para quem investisse nos “pacotes de mineração” da empresa, no entanto, tudo não passava de um golpe.

O esquema era presidido por José Marcus França Bonfim, um dos principais líderes da Telexfree, que na época já tinha ruído e dado o calote em milhares de clientes.

Agora, anos depois do golpe da Paymony ter sido concluído, a justiça começa a cobrar os responsáveis por terem enganado os investidores. Em uma recente decisão da justiça, o juiz José Ricardo Alvarez Vianna, da 7ª Vara Cível da Comarca de Londrina, estipulou 15 nos autos de nº 0057423-88.2019.8.16.0014 para que a Paymony, através de José Marcus França Bonfim e Danilo José dos Santos, um dos principais líderes do esquema, apareçam para apresentar a sua defesa ao caso.

Os dois requeridos podem ser vistos em um vídeo de 2014 divulgando o esquema de pirâmide.

De acordo com a determinação do juiz, caso eles não apareçam, o caso vai ser julgado à revelia, com apenas a versão do requerente sendo considerada como absoluta.

De acordo com o que é descrito no processo, o requerente Fábio Rene Rosa confiou nas apresentações que a empresa realizou sobre os muitos lucros da empresa e a oportunidade imperdível de investimento.

A vítima chegou a pesquisar mais sobre o negócio, que prometia lucros com a mineração da moeda e-mony e que chegava a citar o Bitcoin como referência de negócio. Após ter a impressão de que a empresa e as pessoas envolvidas eram sérias, a vítima diz que decidiu investir.

Em 2014, a imagem de Popó era usado pela empresa para aumentar a confiança dos fãs.

Na época, a PayMony tinha até mesmo a divulgação através de grandes nomes, como Acelino Freitas, mais conhecido como Popó, famoso pugilista brasileiro.

“Desta forma, (a vítima) aderiu aos três planos ofertados – conforme doc. anexo com a presente, que são: Plano Mining: investimento de US$ 350 – R$ 840,00; Plano Virtual Form: investimento de US$ 1.550 – R$ 3.673,50; Plano Paycoin: investimento de US$ 15.050 – R$ 35.668,50. No total foi investido R$ 40.182,00 (quarenta mil cento e oitenta e dois reais), tendo um pequeno desconto de R$ 12,00, restando, um investimento liquido e exato de R$ 40.170,00

O investimento inicial foi feito em 2014, mas os golpistas afirmaram que os lucros seriam bem melhores se ele deixasse o dinheiro parado por pelo menos três anos. No entanto, ao tentar sacar qualquer valor em 2017, ele não conseguiu recuperar um único centavo e ficou completamente sem acesso à plataforma e aos líderes da empresa.

Neste ponto, vale notar que a empresa já demonstrava sinais de que algo estava errado desde junho de 2014.

Justiça pede que golpistas se apresentem

Por enquanto, a decisão do juiz não determina que a empresa tenha ou não que devolver o investimento inicial do requerente ou o bloqueio dos bens dos requeridos. Isso porque, ainda é necessário “ouvir o outro lado”.

Caso os réus não compareçam, será determinado um curador especial e a partir desse momento, é possível ter o bloqueio de contas, bens físicos e judicias e outras ações da lei com o intuito de ressarcir o investidor.

O problema é que, atualmente, os réus não foram encontrados pela justiça e não tem paradeiro conhecido por ninguém.

Com isso, eles foram publicados através de edital, como mostra os autos, para que eles tenham conhecimento da ação. Com uma publicação em edital, o prazo para apresentar a defesa começa a correr a partir da publicação do documento, sem que o réu demonstre prova de conhecimento da decisão judicial.

Isso aumento às chances de um julgamento à revelia.

No entanto, não é a primeira vez que Marcos França Bonfim é citado dessa forma pela justiça, também tido o nome divulgado em edital pela 4ª Cível de São José de Rio Preto.

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