Caminhos para a consolidação do Open Finance no Brasil

O Open Finance tem sido um tópico de grande relevância no setor financeiro globalmente, e o Brasil não fica atrás nessa revolução

Por Leonardo Enrique Silva, Diretor de Open Finance da Visa

O Open Finance tem sido um tópico de grande relevância no setor financeiro globalmente, e o Brasil não fica atrás nessa revolução. Falar sobre esse tema sempre me causa entusiasmo, pois considero que as possibilidades que ele abre para uma grande mudança no mundo financeiro são ilimitadas.

Segundo dados da plataforma Let´s Open – particularmente, vejo como uma fonte excelente de informações sobre o tema. Recomendo! – só no ano passado, o Open Finance movimentou mais de R$ 18 bilhões no mundo.

Apesar de estar entre nós há algum tempo, vale a pena uma breve contextualização. O Open Finance é um conceito que promove a abertura de dados e o compartilhamento seguro de informações entre instituições financeiras, fintechs e outros participantes desse sistema financeiro aberto.

Por meio dele, os consumidores podem ter maior controle sobre seus dados financeiros e compartilhá-los com outras empresas para obter serviços personalizados, como análises de crédito mais precisas, ofertas de produtos e serviços possivelmente melhores, além da perspectiva de experiências de pagamento mais convenientes.

Essa abertura e colaboração entre os diversos atores do ecossistema financeiro têm o potencial de impulsionar a inovação, a competição saudável e a inclusão financeira.

Logo de cara preciso destacar que todo e qualquer caso de uso relacionado aos dados capturados no contexto do Open Finance deve partir de uma necessidade crucial: dar sentido aos dados. Essa tarefa, embora desafiadora, é fundamental para os participantes do Open Finance.

É essencial buscar soluções que permitam categorizar os dados, transformando-os em uma proposta de valor clara para aqueles que concederam o consentimento, ao mesmo tempo em que geram negócios para os participantes do ecossistema.

Sobre o consentimento, quero pontuar que estamos próximos de um momento interessante. Com uma duração de 12 meses, chegaremos, entre os meses de junho e julho deste ano, ao momento de renovação dos primeiros consentimentos concedidos no país.

Considero crucial que as instituições participantes tenham uma proposta de valor forte para o cliente final, a fim de garantir a renovação do consentimento por parte dos usuários. Quanto mais clara, direta e atraente for a proposta, melhor será para o sistema de Open Finance como um todo.

Particularmente acredito que a iniciação de pagamentos será elemento-chave para tornar o Open Finance ainda mais relevante e impulsionar sua adoção massiva. Por meio de um único aplicativo ou plataforma, o usuário pode realizar transações financeiras, como pagar por produtos em um e-commerce ou enviar dinheiro para outra pessoa, mesmo que os recursos estejam em diferentes bancos.

Essa funcionalidade amplia a ação do Open Finance, saindo do âmbito das recomendações e indo em direção à ação efetiva. No quesito investimentos, por exemplo, à um clique, o usuário pode transferir recursos para um fundo de investimento recomendado pelo seu consultor.

Nesse sentido, é fundamental fornecer informações claras e transparentes sobre os benefícios e as proteções oferecidas pelo Open Finance. A conscientização é a chave para que os consumidores compreendam o valor agregado em compartilhar seus dados financeiros e que se sintam confiantes em fazê-lo.

Além disso, devemos nos empenhar para que os consumidores estejam cada vez mais informados sobre seus direitos e as opções disponíveis para controlar o uso de seus dados.

A Visa tem demonstrado um forte alinhamento estratégico com o conceito do Open Finance, como evidenciado pela aquisição da Tink, reconhecida pela Juniper Research como a melhor plataforma de Open Banking do mundo.

Ao unirmos nossa expertise em pagamentos e infraestrutura com a tecnologia avançada da Tink, queremos fortalecer nossa posição para oferecer globalmente soluções mais abrangentes e personalizadas aos consumidores e parceiros.

O Open Finance está aqui para ficar, e o Brasil pode se posicionar como um líder nessa revolução. É hora de abraçar a mudança, colaborar e construir um ecossistema financeiro aberto, inclusivo e centrado no usuário. Juntos, podemos moldar o futuro do setor e proporcionar uma nova era de serviços financeiros acessíveis e inovadores para todos.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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