Dona de exchange brasileira é indiciada pela PF por ter movimentado R$ 324 milhões da GAS Consultoria
Dona da CointradeCX, Eliane Medeiros de Lima seria responsável por remeter para o exterior parte dos fundos captados pela empresa de Glaidson Acácio dos Santos , apontou o relatório final da Operação Kryptos.
A dona da exchange brasileira CointradeCX, Eliane Medeiros de Lima, é uma das 21 indiciadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Kryptos, informou reportagem do Portal do Bitcoin publicada na quarta-feira. A operação conjunta do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e da PF desevendou e desarticulou um esquema de pirâmide financeira sob a fachada de investimentos em criptomoedas estruturado pelo ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, através da GAS Consultoria Bitcoin.
A empresária que há anos realiza operações com criptoativos no Brasil é acusada de integrar organização criminosa e de ter cometido crimes contra o sistema financeiro, de acordo com a reportagem.
As investigações da PF indicam que ela era uma das principais responsáveis por remeter para o exterior o dinheiro obtido de forma ilícita pela GAS Consultoria através de uma empresa de sua propriedade, a GLA Serviços de Tecnologia.
De acordo com a denúncia, entre julho de 2019 e dezembro de 2020, Eliane Medeiros de Lima movimentou R$ 324 milhões recebidos da empresa de Glaidson. A investigação apontou também que a GLA intermediava operações financeiras entre a GAS Consultoria e diversos investidores pessoas físicas.
Em resposta a questionamentos do Portal do Bitcoin, a empresária disse que atua profissionalmente como agente autônoma de prestação de serviços peer-to-peer (P2P) – sem intermediação de instituições financeiras – para diversos clientes do mercado de criptomoedas. Ela acrescentou ainda que a GAS Consultoria seria apenas mais um de seus clientes, com o qual não possui “qualquer vínculo societário ou de exclusividade.”
Fotos de um jantar oferecido em 2019 por Cláudio Oliveira, dito “Rei do Bitcoin”, mostram Eliane, Glaidson e sua mulher, Mirellis Zerpa, sentados lado a lado.
Outras denúncias
Ainda de acordo com a reportagem, Eliane Medeiros de Lima esteve envolvida no caso da Minerworld, um outro esquema de pirâmide financeira cujo prejuízo a 188 investidores foi estimado entre R$ 150 milhões e R$ 300 milhões. O caso foi parar na Justiça a partir de uma acusação encaminhada pelo Ministério Público Estadual do Mato Grosso do Sul (MPMS).
A empresária também já foi a juízo por acusação de um suposto golpe contra os clientes da CointradeCX, mas foi inocentada no julgamento em primeira instância.
Reportagemdo portal Campo Grande News diz que o juiz Alexandre Corrêa Leite, da 13ª Vara Cível de Campo Grande, negou liminar que pedia o bloqueio de R$ 800 mil baseado em uma denúncia que acusava a exchange de promover um golpe de pirâmide financeira.
Na sentença o juiz declara que “no que diz respeito à ré Eliane Medeiros de Lima, não há um só elemento probatório acostado com a inicial que a vincule aos fatos articulados pelos autores. O mesmo se dá com as empresas rés e os réus incluídos na emenda”.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, Glaidson Acácio dos Santos será transferido para outra unidade prisional depois que uma vistoria no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, descobriu que o dono da GAS Consultoria vinha tendo acesso a picanha, linguiça e celulares em sua cela. A mesma reportagem também informa que os R$ 38 bilhões da GAS Consultoria bloqueados pela Justiça é superior ao PIB (Produtor Interno Bruto) de pelo menos oito países.
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