Opinião: O Estado cresceu após o coronavírus. E a nossa liberdade?

A intenção, ou ao menos o discurso, sempre é positivo. Afinal, dificilmente a população aceitaria o governo utilizar dados de localização de celular sem consentimento. Não estou falando de cenário plausível no futuro, pelo contrário, isso está acontecendo agora.

Jornais cobrindo o uso de técnicas de rastreamento digital pelo governo

Este tipo de dado envolvendo triangulação de antenas de celular ou sinal de WiFi pode até ser considerado não intrusivo. No entanto, é complicado saber o quanto seu provedor de telefonia e internet está abrindo de informação para os governos.

Polícia Militar confisca produtos de lojista – Fonte: Diário de Pernambuco

Neste exemplo acima, um varejista na área de produtos médicos teve sua propriedade invadida pela Secretaria da Fazenda e Polícia Militar, que confiscou deliberadamente produtos à venda. Não havia qualquer tipo de irregularidade por parte do empresário.

Conversa entre três pessoas é interrompida pela polícia – Fonte: PortalCorreio

Neste caso ainda mais curioso, um cidadão foi espancado por policiais na porta de sua residência após uma “denúncia anônima” de som alto durante a madrugada. A polícia usou a desculpa de “aglomeração” de pessoas, pois haviam três vizinhos sentados na calçada.

Esta linha que separa a liberdade individual e o “bem maior da nação” é tênue. Afinal, a quem cabe decidir quais empresas e serviços são fundamentais, e portanto devem permanecer abertos? Qual o limite da ação policial para conter alguém que está caminhando na areia da praia?

Economia e gastos do governo

Sob um outro ângulo, temos o pacote de R$ 200 bilhões anunciado pelo governo, que conta com linhas de crédito especiais para empresas. Quem irá decidir os beneficiários? Como analisar milhares de pedidos em tão pouco tempo?

Temos que lembrar que este dinheiro “do governo” saiu do bolso dos contribuintes, independente se há emissão de dívida ou apenas redirecionamento de gastos.

Real Brasileiro e as criptomoedas

Qualquer tipo de expansão monetária do governo reduz o poder de compra do poupador. Neste cenário de juros real baixo, onde o ganho na renda fixa dificilmente ultrapassa a inflação, não há maneira segura do cidadão se proteger.

Assim, a única arma do investidor é buscar ativos mais “sólidos”, ou seja, menos inflacionários. Destacam-se imóveis, ouro, ações de empresas, e moedas de países desenvolvidos. O problema desta estratégia é estimar o impacto da crise nestes ativos.

Por este motivo, o Bitcoin se encaixa perfeitamente nesta estratégia. Além de ser cotado majoritariamente em moedas mais fortes, sua inflação é reduzida ano após ano. Embora o ouro possua características similares, negociá-los demanda confiança no vendedor ou custodiante. Evite cair em golpes, estude, questione e verifique, sempre!


Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.

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