Sobreviventes: Só 5 entre 78 criptoativos conseguiram se manter no Top 10 do mercado desde 2013

Desde 2013, 73 moedas chegaram a fazer parte do ranking de 10 maiores criptomoedas por capitalização de mercado, mas não conseguiram se manter relevantes e hoje a maioria está esquecida e sem utilidade.

O colapso do Terra (LUNA) possivelmente entrará para a história do mercado de criptomoedas como o caso mais espetacular de ascensão e queda de uma moeda em um curtíssimo espaço de tempo. Em menos de uma semana, o LUNA foi da nona posição no ranking de criptomoedas, com uma capitalização de mercado de US$ 22 bilhões, a menos de US$ 1 bilhão.

No entanto, em um mercado dinâmico e altamente especializado como o de criptomoedas, casos de ativos que conquistaram ampla adoção e valorização seguidas por quedas rumo à obsolescência são a regra – e não a exceção.

De 2013 até hoje, apenas cinco criptomoedas não perderam seu lugar no top 10 uma vez que lá se estabeleceram: Bitcoin (BTC), obviamente, Ethereum (ETH), XRP, Binance Coin (BNB) e Tether (USDT), considerando-se como critério ter começado e fechado um mesmo ano entre os 10 maiores criptoativos em capitalização de mercado.

Top 10 Cryptocurrencies by Market Cap on January 1st of Each Year
(source: CMC)

— DFi (@DeFi_initiate)

Solana (SOL) e a stablecoin USDC também poderiam fazer parte da lista, embora não tenham completado ainda um ano inteiro no top 10. Cardano (ADA) figurava no top 10 no início de 2018, mas ficou de fora da lista no começo de 2019 e de 2020 para voltar no início de 2021.

Um levantamento publicado no Twitter do perfil ChartsBTC (@chartsBtc) revela que até hoje, 73 criptoativos chegaram ao top 10 do ranking de criptomoedas por capitalização de mercado e acabaram falhando em manter-se no topo. 

Em média, um ativo se mantém no top 10 por 50 semanas – aproximadamente 1 ano. Contudo, esta média é distorcida pela longevidade do Litecoin (LTC), que se manteve no top 10 por mais de 7 anos, entre 2013 e meados de 2020.

73 moedas entraram e caíram do Top 10. Eles ficaram no Top 10 por 50 semanas, mas isso é impulsionado pelo Litecoin. A média é de apenas 19 semanas. H/T @lopp

— ChartsBTC (@ChartsBtc)

Outros ativos que contribuem para a elevação da média são o Stellar (XLM), que se manteve mais de 5 anos no top 10, entre 2015 e 2020, o Monero (XMR), um pouco menos de 4 anos entre 2015 e 2019, o Bitcoin Cash (BCH), um pouco mais de 3 anos entre 2016 e 2020 e o EOS, três anos entre 2016 e 2019.

Antes do colapso, o Terra manteve-se no top 10 por um período um pouco superior à média: 23 semanas, entre o início de dezembro de 2021 e a primeira semana de maio deste ano.

Ainda assim, excluindo-se apenas o Litecoin, a média de permanência no top 10 dos criptoativos cai para 19 semanas. Exceto pela privacy coin Monero, cuja adoção ganhou novos impulsos recentemente, dado o aumento da capacidade de governos e autoridades financeiras de rastreamento de transações realizadas com criptoativos, todas as outras parecem condenadas. Se não à extinção, ao menos à inutilidade.

A lista inclui ainda outros projetos eminentes com casos de uso específicos que se mantém na liderança em setores específicos da indústria. É o caso do oráculo Chainlink (LINK) e da exchange descentralizada (DEX) Uniswap (UNI), além das redes de contratos inteligentes alternativas ao Ethereum Pokadot (DOT) e Avalanche (AVAX), e dos cripto memes que marcaram o ciclo de alta do ano passado Dogecoin (DOGE) e Shiba Inu (SHIB).

Em um ciclo de baixa do mercado, o levantamento serve para lembrar que a maioria dos projetos têm vida curta – e uma vez abandonados, uma recuperação é bastante improvável, como pontuou o analista e sócio da Castle Island Ventures Nic Carter em uma postagem recente no Twitter.

 

Para a Velha Guarda que sobreviveu ao ciclo de baixa de 2018:

Que conselho você tem para os novatos que estão experimentando seu primeiro “bear market” Crypto?

— The DeFi Edge (@thedefiedge)

Não assuma que tudo vai voltar. Algumas coisas morrem permanentemente. Concentre-se em construir algo de valor genuíno que as pessoas realmente necessitam.

— nic carter (@nic__carter)

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, colapsos como do Terra servem para invalidar teses de mercado e tecnologias que se mostram falíveis, como foi o caso das stablecoins algorítmicas agora.

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