O que o halving do bitcoin de 2016 pode ensinar sobre o que vai acontecer em 2020

O terceiro halving do bitcoin deve acontecer em quatro dias. O fenômeno vai cortar pela metade a emissão dos 1.800 btcs produzidos por dia. A partir de segunda-feira (11), serão emitidos somente 900 por dia — um choque na oferta.

Como no passado, a expectativa é que a moeda tenha grande valorização, mas não há garantias. Em 2016, a redução ocorreu no dia 9 de julho e o efeito imediato foi de queda no mês seguinte. A disparada veio apenas em 2017.

“Havia as mesmas discussões [em 2016] sobre precificação, sobre disparada de preços e até sobre capitulação dos mineradores. E muita gente usava a história do primeiro halving para justificar seus argumentos”, diz Narcélio Filho, programador e especialista em criptomoedas conhecido do mercado, que já acompanhava o mercado na época.

Narcélio lembra o que aconteceu nos dias pós-halving. E não algo foi bom:

“Alguns dias depois do halving aconteceu uma queda forte, talvez por frustração dos que estavam esperando algum movimento de alta mais forte. Lembro que muita gente se decepcionou, achando que logo após o halving seus investimentos os tornariam milionários”.

A valorização acabou chegando um ano depois, em 2017, quando o ativo digital viveu um boom que o fez chegar perto dos US$ 20 mil em dezembro daquele ano.

Valorização tecnológica

Essa resposta não imediata quanto à valorização não surpreendeu Fernando Bresslau, que atua como Brazil Ecosystem Lead para a cLabs e acompanha o mercado desde 2011:

“Como eu achava que o halving já estava precificado, não fiquei surpreso com a falta de reação do preço. Para mim, era mais uma data a se comemorar pela evolução da tecnologia e do ecossistema do que um evento de preço”.

Embora o lado econômico do halving tenha ganhado mais espaço, Bressalu reforça o evento como uma celebração da própria tecnologia que dá base ao Bitcoin.

“Não é só um parâmetro no protocolo que muda do jeito que foi programado há [mais de] 10 anos. Mas todo o ecossistema se adapta para isso de maneira orgânica. E mais: ninguém consegue evitar que isso aconteça ou fazer que aconteça de uma maneira diferente do que fixado por consenso”.

Para este halving, no entanto, Bresslau vê a possibilidade de valorização mais imediata do bitcoin. “Talvez pelo fato de isso ter acontecido em um passado que muitos participaram, mas também por um entendimento que, embora a informação do halving seja pública, ela ainda não é conhecida por todos os participantes do mercado, principalmente aqueles que ainda não pararam de verdade para entender sobre Bitcoin”.

Tal possibilidade também é aventada pelo especialista em bitcoin Hamilton Amorim, conhecido como Algorista.

“Eu nunca vi halving causar aumento de preço, todas as grandes alterações no preço foram os baleias, ou algum grande roubo/golpe que afetou grande parte dos usuários. Nesse halving temos um fator Cisne Negro em andamento, que é o coronavírus e o colapso do sistema financeiro mundial. Isso sim pode causar um aumento sem precedentes no preço do bitcoins e das altcoins”.

Mas o que é o Halving?

O halving é um evento programado para ocorrer a cada 210 mil blocos minerados da rede do Bitcoin, o que leva aproximadamente 4 anos. 

Esse evento corta a emissão da moeda digital pela metade, criando um choque de oferta (produção) e aumentando a escassez do ativo no mercado. Também garante que as moedas digitais serão emitidas em um ritmo estável, seguindo uma taxa previsível de declínio.

Em novembro de 2012, quando aconteceu o primeiro Halving, a emissão foi reduzida de 50 BTCs para 25 BTCs a cada 10 minutos (tempo de mineração do bloco). 

No segundo halving (2016), esse valor caiu para 12,5 BTCs. A partir do evento deste ano, a produção por bloco será de 6,25 BTCs. 

Nunca é demais lembrar que o bitcoin tem uma quantidade total limitada em algo perto de 21 milhões de unidades. Atualmente, cerca de 86% de todos os bitcoins já foram minerados.

Após o halving deste ano, devem acontecer somente mais 32 eventos desse tipo. O próximo é estimado para 2024; o último, para 2140 – quando será cessada a geração de bitcoins.

Isso faz parte da política econômica do Bitcoin, que foi projetada para parar a inflação depois que todos os satoshis tiverem sido minerados.


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