O que é e como funcionam as criptomoedas que podem ser ‘queimadas’
O que é o burn (queima) de moedas?
Grande parte dos projetos reserva uma parte dos tokens para pagar os custos de desenvolvimento, marketing e/ou estimular o ecossistema. No burn, parte destas moedas é destruída. Desta forma, o montante máximo de moedas que iria pra circulação é reduzido.
Por que isto é positivo, ao menos na teoria?
Na teoria, deveria ocorrer uma expectativa de valorização pois a oferta foi reduzida. Mas existe demanda real pelo respectivo token? Isso vai se manter ao longo dos anos? Na vasta maioria dos casos as perspectivas e visibilidade são mínimas, logo, o impacto efetivo é pequeno e difícil de mensurar.
O que ocorreu com Stellar XLM?
Na últimas segunda-feira (04), tivemos um burn (queima) de 50% dos tokens que estavam nas mãos da Stellar Foundation, fundação responsável pelo desenvolvimento da criptomoeda XLM. Apesar de atualmente só existirem 20 bilhões de moedas em circulação, o total previsto era de 105 bilhões. Parte estava reservado pra atividades promocionais e remuneração dos desenvolvedores.
Logo após o burn, a moeda subiu 22% pois mesmo não estando em circulação eram moedas que algum dia poderiam ser emitidas. Será que o impacto desta estratégia é duradouro? Vale lembrar que mesmo após o burn a Fundação segue com 30 bilhões de moedas ante os 20 bilhões em circulação atualmente.
Esta alta é sustentável?
Vamos analisar o desempenho de tokens que realizaram grandes burns no passado, desta forma saberemos se este ganho é sustentável. Nosso foco será eventos não-programados, pois quando o evento é aguardado o impacto da alta acaba sendo diluído ao longo de vários dias/semanas.
Caso 1: Burn não-agendado de 40% das BNBs em poder da Binance
Em 12 de julho deste ano, a Binance anunciou um burn surpresa de 40% do total a ser emitido na moeda. Supostamente um valor de US$ 2,4 bilhões utilizando a cotação da época. O token subiu 11% mas começou a ceder dias depois, entregando 7% do ganho.
Caso 2: Anúncio de programa de cash back & burn da Kucoin KCS
Em 29 de julho, a exchange Kucoin anunciou um programa de burn que causou um pump de 28% na moeda. Todo o montante que fosse colocado pelos clientes no programa de cashback (espécie de staking) teria uma quantidade proporcional em burn de moedas. Uma semana depois o token já havia entregue 13% do ganho.
Claramente burns não-programados geram um impacto positivo no preço porém tal efeito ocorre ao longo de poucas horas e usualmente entregam 50% do ganho nos dias seguintes. Se você pegar o movimento bem no começo, aproveite. Caso contrário, evite entrar no FOMO (medo de ficar de fora do rally).
Sobre o autor
Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.
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