Nubank amplia contratações e CEO aposta que mundo pós-pandemia favorece fintechs

O CEO do Nubank, David Vélez, segue apostando na aceleração da digitalização com a pandemia e diz que fintechs vão se fortalecer

O CEO da fintech brasileira Nubank, David Vélez, disse em entrevista ao Estadão que o isolamento social segue acelerando a digitalização da sociedade e que isso favorece fintechs como o banco digital.

Segundo Vélez, o Nubank, que não cobra anuidade do cartão ou manutenção de contas bancárias, já teria ajudado clientes a economizar R$ 8 bilhões em sete anos.

Ele diz que a primeira reação dos investidores foi de temor diante do fechamento das cidades e quarentena, mas isso mudou com o tempo:

“A primeira reação foi um choque para os investidores. Tivemos um período de olhar nossa posição financeira com cuidado, até chegarmos à conclusão que estávamos bem preparados. Uma vez que a gente ficou confortável, começamos a pensar no que poderíamos oferecer para os clientes em meio à crise. É difícil saber se ainda serão três, seis ou nove meses até a crise passar. “

O banco digital tem 25 milhões de clientes no Brasil, o que traz otimismo para Vélez no mundo pós-pandemia:

“O isolamento social acelerou o movimento de digitalização, que já era acelerado. O mundo pós-pandemia vai fortalecer empresas como o Nubank, que são mais digitais, têm tecnologia, são ágeis e conseguem se adaptar rapidamente”

Ele aponta para as mudanças de comportamento da população com a pandemia: em abril, o Nubank recebeu 30 mil contas de usuários acima dos 60 anos e 300 acima dos 90 anos. Ele explica:

“O público mais velho é mais resistente a um banco 100% digital, mas quando não se pode tomar café com o gerente [por conta da pandemia], a mudança acontece”

Ele diz que hoje o Nubank conseguiu capilarização entre os municípios do Brasil, com tendência de se expandir para outros setores, como saúde e educação. Em expansão, a Fintech segue expandindo seu quadro de funcionários:

“Nós continuamos contratando, foram 178 pessoas novas desde que entramos no regime de home office, no início de março. A maior parte delas, cerca de 90%, foi contratada aqui no Brasil, mas houve também casos na Índia e no Oriente Médio, nos EUA e em países da Europa. […] Mas o foco continua no Brasil e ter mais talento disponível no mercado ajuda sim.”

O Nubank também vai lançar um recurso para ajudar no combate ao coronavírus, permitindo doações para organizações de combate à crise sanitária usando cartão de crédito. A cada R$ 100 mil arrecadados, o Nubank promete contribuir com mais R$ 100 mil, com limite de R$ 500.000 em doações pela empresa.

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