Nova tecnologia pode tornar possível realizar atomic swaps entre Bitcoin e Monero

Gugger afirmou que seu conceito inclui ter dois participantes em duas blockchains diferentes negociando esses dois ativos digitais de uma maneira que não precise haver confiança entre as partes.

Em um novo episódio do programa Monero Talk, Joel Gugger – desenvolvedor que trabalha com a tecnologia conhecida como Atomic Swaps – falou sobre os avanços da implementação da ferramenta entre o Bitcoin e o Monero.

O Bitcoin foi a primeira criptomoeda a surgir no mundo e é o principal ativo deste mercado. Por outro lado, o Monero é um projeto focado em privacidade.

Embora ambas as moedas estejam sendo desenvolvidas cada uma à sua maneira, em breve poderá haver atomic swaps entre Bitcoin e Monero.

A tecnologia conhecida como Atomic Swaps torna possível a troca entre diferentes criptomoedas sem o uso de exchanges centralizadas. Se o projeto se concretizar, será possível trocar Bitcoin por Monero (e vice e versa) através de um processo que não envolve exchanges.

Gugger afirmou que seu conceito inclui ter dois participantes em duas blockchains diferentes negociando esses dois ativos digitais de uma maneira que não precise haver confiança entre as partes. Ele disse:

“[…] queremos ter um protocolo que não seja confiável e que terá sucesso ou fracassará completamente e não queremos ter um protocolo que aceite todos os fundos. Então é daí que vem a atomicidade. Queremos uma troca bem-sucedida ou nenhuma troca.”

Gugger também destacou que esse conceito não é novo no mundo das criptomoedas e que os Atomic Swaps já estão presentes entre a Bitcoin e a Ethereum.

O desenvolvedor afirmou que o fator que dificulta o procedimento entre o Bitcoin e o Monero é que não existem habilidades completas de script para o Monero. Por causa disso, a equipe precisou encontrar outros mecanismos para fazer com que os Atomic Swaps aconteçam.

Segundo Gugger, as trocas atômicas podem ser obtidas com provas de zero conhecimento, sem ter que atender aos pré-requisitos exigidos com outras blockchains. Gugger complementou:

“Além disso, precisamos, durante a fase de configuração da troca entre 2 participantes, usar um truque para não exigir horários ou outras coisas no blockchain Monero, mas precisamos garantir que o participante tenha feito a fase de inicialização corretamente. Portanto, precisamos de uma prova de zero conhecimento que torne o protocolo completamente confiável. ”

Gugger revelou que a equipe atualmente precisa de assistência na implementação de provas de zero conhecimento, pois eles não tem conhecimento completo disso.

A tecnologia conhecida como prova de zero conhecimento é um método pelo qual uma parte pode provar a outra parte que conhece um valor x, sem transmitir nenhuma informação além do fato de que conhece o valor x. A tecnologia é utilizada pela criptomoeda Z-Cash.

Posteriormente, falando sobre a linha do tempo de quando trocas atômicas poderiam acontecer no mundo real, Gugger afirmou que poderia lançar a ferramenta em 2020, com base no trabalho em torno da implementação. 

O banco ING também está desenvolvendo um projeto que utiliza a tecnologia de prova zero de conhecimento. Confira os detalhes do projeto do banco holandês na recente entrevista do Cointelegraph.

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