Nova regra da CVM pode alavancar fundos cripto brasileiros; entenda

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estuda mudar uma regra relacionada à categorização de investidores brasileiros que, se confirmada, deverá abrir caminho para atrair mais capital para fundos com exposição a criptomoedas.

A autarquia analisa a possibilidade de reduzir o critério de valor alocado em aplicações financeiras para que um indivíduo seja classificado como investidor qualificado.

Segundo estudo feito pela Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA) da CVM, o critério para se tornar um investidor qualificado poderá ser mudado em breve. Atualmente, somente indivíduos com pelo menos R$ 1 milhão alocados em aplicações financeiras podem receber esse título. No entanto, o mínimo necessário poderá ter redução de um terço, para R$ 627 mil.

Segundo a CVM, “isso tornaria o patrimônio necessário para qualificação mais alinhado à experiência internacional”, além de manter o requisito atualizado ao longo de um maior período de tempo.

Outro critério também poderá incluir mais investidores nesta categoria, o de fluxo financeiro medido pela renda mensal. Ao contar com uma renda de ao menos 15 salários mínimos por mês –  R$ 15.675 atualmente – o cidadão poderá ser classificado como um investidor qualificado.

“Nas respostas da pesquisa com os investidores, foi visto que 65% dos que ganhavam mais de 10 salários-mínimos não eram investidores qualificados pelo critério de patrimônio, mas mesmo assim apresentavam ter um conhecimento razoável sobre investimentos financeiros, que justificaria a sua classificação como investidores qualificados”. – destaca o estudo.

Maior adesão a fundos de criptomoedas  

Atualmente, a CVM permite que investidores de varejo, considerados investidores comuns, tenham acesso apenas a fundos com no máximo 20% de alocação em criptomoedas. Produtos com exposição maior são reservados aos qualificados.

Caso a nova regra seja aprovada, fundos que alocam de 40% a 100% de criptomoedas poderiam ter nova injeção de capital, já que mais investidores estariam, automaticamente, aptos a aportarem em aplicações do tipo.

Vale lembrar que, quanto maior a exposição à essa classe de ativos, maiores podem ser os riscos do investimento devido à alta volatilidade do mercado. Por outro lado, as taxas de retorno também são potencialmente bem maiores.

Foi o que aconteceu em 2020, quando fundos do Brasil que alocam 100% em criptomoedas conseguiram um retorno acima de 300%. No primeiro semestre de 2021, embora com menor desempenho, os fundos com exposição total a criptomoedas foram igualmente mais vantajosos.

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