Nova estratégia de startups de blockchain é se aliar a vencedores do Prêmio Nobel

Para chamar a atenção e aumentar o interesse sobre si, algumas startups de blockchain estão investindo em uma arma secreta: alianças com prêmios Nobel de economia.

(Foto: Pixabay)

A Covee Network é o mais recente empreendimento a anunciar parceria com um economista da mais alta posição: o especialista em teoria dos jogos e design de mecanismos Alvin Roth, que dividiu o Nobel de economia em 2012. E não para por aí.

O Prysm Group está pegando emprestado o nome — e cérebro — de Óliver Hart, da Universidade de Harvard, laureado em 2016; e a Cryptic Labs LLC firmou parceria com Eric Maskin, ganhador em 2007, e Christopher Pissarides, premiado em 2010.

Mudança de cenário

Um ano atrás, bastava proferir a palavra “blockchain” para despertar o interesse geral. Um exemplo notório foi o breve renascimento do pioneiro da fotografia Kodak, que em 2017 observou um salto de 272% no preço das suas ações, depois que uma criptomoeda vinculada ao seu nome foi anunciada.

E também a empresa de refrigerantes Long Island Ice Tea Corp, rebatizada como Long Blockchain Corp, alcançou repercussão semelhante, mas em seguida acabou acusada de enganar os investidores.

No entanto, a magia desapareceu. Em agosto, o financiamento das Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs), que são usadas como uma alternativa às ofertas públicas de empresas no negócio de criptomoedas, decresceu para o menor valor em 16 meses, segundo dados da Autonomous Research.

O Bitcoin, moeda mais antiga do mercado, seguiu o movimento e caiu mais da metade este ano, para US$ 6.655.

Nesse contexto, a pergunta que surge é: os laureados apenas fornecem seus nomes e reputações, ou estão totalmente engajados nos projetos?

“Quando fui abordado pela primeira vez sobre a aliança, passei um bom tempo pensando se seria apenas um ornamento ou se realmente eu poderia contribuir”, comentou Roth por telefone. O que o persuadiu foi a maneira que ele poderia trazer suas habilidade únicas para o projeto. “Eles estão adotando a teoria dos jogos como uma forma de incentivar a participação”.

Roth ajudará a Covee, sediada em Zurique, a definir estratégias em ligações telefônicas regulares e terá acesso à equipe porque trabalha no mesmo prédio de um de seus membros.

Não se sabe se ele se tornará sócio da empresa. Por enquanto, assim como os parceiros da Cryptic Labs e da Prysm, ele é descrito como um consultor.

“Foi a seriedade da equipe e nossos relacionamentos que nos distinguiram”, permitindo que a Covee trouxesse Roth, comentou o CEO da empresa e ex-aluno da universidade de Oxford, Marcel Dietsh. O interesse apresentado por pensadores sérios, “mostra que o setor de blockchain está crescendo”.

Discordâncias

É claro que nem todos os vencedores do Prêmio Nobel de Economia concordam com os benefícios das criptomoedas.

“Bitcoin é ruim”, escreveu em sua coluna no New York Times Paul Krugman, laureado em 2008.

Mesmo Roth diz que muito do que a Covee está planejando fazer pode, inicialmente, ser alcançado sem a blockchain.

Mas uma coisa que chama a atenção é que o White Paper da Covee — com sua discussão sobre a teoria dos jogos, incluindo diagramas de payoff — parece ter sido desenhado para encantar um economista.

A autoria é de seis PH.Ds de universidades como Harvard e Imperial College London, um dos quais estudou com Roth.

O projeto deve ser lançado em novembro, mas atualmente não tem planos de levantar fundos por meio de uma ICO.

Dietsch se apega, principalmente ao benefícios da descentralização e, juntamente com a sua equipe, pergunta no White Paper:

“Por que a maioria da força de trabalho está presa às fronteiras de intermediários centralizados? Tanto a confiança quanto as organizações tradicionais são limitadas em termos de escala”.

Fonte: Bloomberg

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