Nem as criptomoedas devem salvar a economia da Rússia
As principais potências do globo incluindo gigantes da indústria de vários setores tem anunciado quase que diariamente mais e mais penalidades contra a Rússia e a várias autoridades poderosas do país incluindo o presidente, Vladimir Putin.
Após a invasão russa à Ucrânia, bolsas despencaram, os preços do petróleo do tipo Brent chegaram a quase US$ 140 o barril, mas a promessa de estrangular a economia russa continua de pé.
O Kremlin não está apenas sem acesso a boa parte do comércio global de mercadorias e operações financeiras tradicionais, mas também tem tido cada vez menos alternativas para burlar as sanões econômicas.
CEOs explicam por que Rússia não adota cripto para fugir de sanções
O CEO da Binance – a maior Exchange cripto do mundo – Changpeng “CZ” Zhao lembrou em um comunicado que qualquer um pode ver todas as transações de criptomoedas, e enfatizou que os criptoativos “não são uma ferramenta eficaz para atividades ilícitas”.
“Tentar roubar muito dinheiro através de criptomoedas seria mais rastreável do que usar dólares americanos.”
Zhao disse que a mídia e os políticos deveriam se concentrar nos credores convencionais e no mercado de petróleo e gás, já que o blockchain é um livro digital descentralizado mantido por uma rede de computadores que registra todas as transações criptográficas e pode ser examinado por qualquer pessoa.
CZ fez questão de lembrar que existem cerca de 350 bancos na Rússia e apenas cerca de uma dúzia estão na lista de sanções. E todo mundo está focado em criptomoedas. E detalhe: Nem um deles funciona com exchanges crypto.
“Atualmente, a mídia e os políticos estão gastando muito esforço e se concentrando em criptomoedas e sanções”, disse ele.
“A verdade é que a criptomoeda é muito pequena para a Rússia. Se olharmos para a adoção de criptomoedas hoje, provavelmente há cerca de 3% da população global com algum tipo de exposição a criptomoedas. Destes, a maioria tem apenas uma pequena porcentagem de seu patrimônio líquido em criptomoedas. Menos de 10% em média. Portanto, provavelmente há apenas menos de 0,3% do patrimônio líquido global em criptomoedas hoje. Essa porcentagem se aplica igualmente à Rússia.”
A Binance doou US$ 10 milhões para ajudar o esforço humanitário na Ucrânia, além de outras ações para ajudar os ucranianos enquanto o CEO continua com a campanha pró-Kiev em sua conta no Twitter.
O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, compartilha do mesmo pensamento. Em seu Twitter, usa os mesmos argumentos sobre a rastreabilidade de criptomoedas, bem diferente de ativos como ouro, por exemplo.
“Não achamos que haja um alto risco de os oligarcas russos usarem criptomoedas para evitar sanções. Por ser um livro-razão aberto, tentar roubar muito dinheiro através de criptomoedas seria mais rastreável do que usar dólares americanos em dinheiro, arte, ouro ou outros ativos.”
Rublo russo despenca frente ao dólar
Após o premiê inglês mencionar novas e mais sanções para o setor de energia contra a Rússia, o rublo russo despencou nesta segunda-feira (7) em relação ao dólar americano. Atualmente US$ 1 vale 155 rublos russos.
Antes da invasão à Ucrânia, a cotação variava entre 70 e 80 rublos. Desde janeiro, o rublo russo perdeu 90% do seu valor frente ao dólar americano.
Nesta segunda-feira, a presidência francesa da União Europeia informou pelo Twitter que os 27 representantes permanentes dos países europeus concordaram em examinar as propostas dos pedidos de adesão ao bloco da Ucrânia, Geórgia e Moldávia para ingressar na EU.
A guerra continua
A invasão da Rússia ao território ucraniano chega ao décimo segundo dia com um saldo – segundo as Nações Unidas de mais de 1.200 vítimas, sendo 420 civis mortos incluindo 27 crianças. A ONU reconhece ser difícil estimar dados precisos. No site criado pelo governo ucraniano nos primeiros dias do conflito, o número de mortos passava dos dois mil. Milhares de pessoas já deixaram o país do leste europeu.
A terceira rodada de negociações para um cessar fogo – entre representantes do governo Zelensky e Putin – terminou nesta segunda-feira sem definição e com uma perspectiva de abertura de corredores humanitários, mas nenhum detalhe de como essas operações de retirada de civis – isolados sem gás, água e comida – foi revelado.
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