“Não vamos nos manifestar”, diz Associação Brasileira de Criptoeconomia sobre caso CoinX

O problema da exchange CoinX em liberar saques de seus investidores há quase três meses tem repercutido no mercado cripto como um todo. A empresa tem enfrentado dificuldades em cumprir as suas próprias promessas e isso pode resultar em desconfiança nessa corretora.

Diante da situação, o Portal do Bitcoin procurou as duas Associações que representam esse mercado para conhecer o ponto de vista delas sobre esse caso e saber como o investidor deve agir para se proteger em casos semelhantes.

A ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia) se limitou a dizer que “não vai se manifestar” sobre o caso da CoinX. A resposta foi dada, por meio de sua assessoria de imprensa, após inúmeras tentativas de se conversar com um de seus representantes.

Fernando Furlan, presidente da ABCB (Associação Brasileira de Critomoedas e Blockchain), contudo, conversou com a reportagem. Ele afirma que não vislumbra uma espécie de desconfiança generalizada no mercado após esse caso da CoinX, mas que seria “cedo para tirar conclusões”.

“Parece-me um caso pontual, e não um problema sistêmico. Ainda assim, serve de alerta de que, como em qualquer negócio ou setor, há gente séria e há oportunistas”, disse.

Furlan afirma que algo semelhante já ocorreu em outros segmentos com o e-commerce e alertou que “os mercados estão sujeitos a fraudes em qualquer segmento”. Por essa razão, ele disse que  “o investidor deve estar atento e o máximo informado”.

“Mesmo onde há uma autoridade central reguladora, há casos de má conduta. No caso específico do setor de criptomoedas, os investidores precisam estar ainda mais atentos ao perfil das empresas em quem irão confiar suas economias, já que muitas dessas companhias são recentes”, afirma.

Algumas devoluções

Um dos membros bastante ativos nos grupos para conseguir a devolução do dinheiro na CoinX foi pago na manhã desta sexta-feira (09). Murilo Sanches Tamburi estava há três meses com um pedido de saque de R$ 9.400. Ele afirmou à reportagem que mal estava acreditando.

Ainda assim, manteve as críticas à corretora. “Só de juros, eu vou ter que pagar quase R$ 2 mil”, disse. “Também não acho certo que que eles ainda estejam aceitando depósitos, pois mais gente vai ser prejudicada”.

Gabriel Lima (24) e Thaisi Leal (29), advogados e pesquisadores em Blockchain pela Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN), também foram ressarcidos depois de contarem ao Portal do Bitcoin terem passado por problemas com a corretora.

Eles haviam transferido seus bitcoins para a carteira da CoinX em 24 de outubro e ficaram um tempo sem poder rever suas criptomoedas e tão pouco de sacar o valor em dinheiro.

A situação deles, contudo, já foi resolvida. A corretora liberou na última terça-feira (06) o montante de R$1.213 que estava retido pela CoinX. A liberação do saque, afirma Gabriel Lima, que ocorreu “no prazo de uma semana, como havia prometido André Gardenal”, o gerente administrativo da corretora.

A questão é que eles não foram os únicos. É bom lembrar que o site Reclame Aqui traz uma relação de 38 investidores que têm enfrentado situação similar ao do casal. O pior, a CoinX respondeu somente a uma delas. Com isso, a empresa ganhou o título de “Não recomendada”.

O “X” da questão

Em agosto começaram a surgir problemas nos saques da empresa com sede em Curitiba. O fator não é muito claro. Na época, o gerente administrativo André Gardenal afirmou ao Portal do Bitcoin que o problema havia sido provocado pela inclusão de duas novas criptomoedas no sistema, ambas pouco conhecidas.

Nesse tempo vieram as promessas de que a CoinX normalizaria a situação e que os seus clientes não ficariam no prejuízo.

A empresa criou até um cronograma para efetuar esses pagamentos e todos os investidores deveriam ser ressarcidos de suas eventuais perdas até o dia 2 de outubro, mas há pouquíssimos casos de devolução — sempre de valores pequenos.

A situação se tornou mais complicada quando a corretora resolveu reabrir o sistema para novos cadastros de usuários e depósitos sem que ela resolvesse o problema com os seus investidores. O resultado disso: mais pessoas deverão ser prejudicadas pela exchange.

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