Município do Rio (RJ) vira destaque mundial com moeda virtual

Um tema que tem crescido em debate durante a pandemia do novo coronavírus é o da criação de uma Renda Básica Universal. O que muitos não sabem é que um dos maiores projetos ligados ao tema está em um município do Rio de Janeiro, que virou destaque mundial com uso até de uma moeda virtual.

Desde o início de maio, com o acirramento do COVID-19 pelo mundo, a ONU pede atenção para um detalhe. A Renda básica universal, de acordo com as Nações Unidas, seria uma forma de governantes combater a desigualdade social crescente no mundo.

“A ideia da renda básica universal (na qual os governos dão uma quantia mínima em dinheiro a todos os cidadãos, com base em seu status de trabalho ou renda) está começando a ganhar força”, afirma Kanni Wignaraja, do PNUD na Ásia-Pacífico

O tema, que é bastante polêmico, indicaria que o governo deve imprimir dinheiro e dar para a população. No estado do Rio de Janeiro, de fato, está o maior laboratório mundial da Renda Básica Universal, no município de Maricá, na região metropolitana, localizada a cerca de 60 quilômetros da capital.

No litoral do Rio de Janeiro, está Maricá, cidade destaque mundial no uso de moeda virtual
No litoral do Rio de Janeiro, está Maricá, cidade destaque mundial no uso de moeda virtual – Reprodução/Google Maps

Município do Rio de Janeiro, Maricá é destaque mundial no enfrentamento ao COVID-19 e implantação de moeda virtual para pagamento de renda básica

Durante a pandemia do novo coronavírus, um novo conceito foi apresentado pelos governos do mundo, inclusive no Brasil. O conceito de renda básica emergencial chegou trazendo uma solução que era, até então, especulada como de curto prazo.

Contudo, o governo brasileiro já admite ter que prorrogar as medidas emergenciais por mais tempo. O auxílio emergencial (coronavoucher), atualmente em R$ 600 por mês, deverá durar mais algum tempo na vida dos brasileiros, mesmo com a possibilidade de ser reduzido para R$ 200.

Uma cidade que já dava auxílio básico para sua população, muito antes da pandemia, era Maricá. Por conta de sua atuação antes e durante a pandemia, a cidade foi citada pela revista de economia Americas Quarterly, em um artigo sobre Renda Básica Universal.

Em Maricá o auxílio para a população não é o emergencial, mas sim o da Renda Básica Universal. Para isso, a cidade criou uma moeda virtual, Mumbuca, ainda em 2013, que é mais aceita no comércio local do que outros meios de pagamentos.

Maricá implementou moeda virtual Mumbuca para pagamento de renda básica universal
Maricá implementou moeda virtual Mumbuca para pagamento de renda básica universal – Reprodução

Moeda digital recebeu nome de um curso de água que atravessa cidade

A moeda Mumbuca é utilizada em um cartão, do qual é creditado mensalmente o valor de R$ 130 para um quarto da população (42 mil pessoas). A moeda virtual é lastreada no valor de 1:1 com o Real, ou seja, mensalmente, são creditadas 130 mumbucas no cartão da população que recebe o benefício.

O recurso só é possível devido à cidade receber verba do pré-sal, desde que os campos de petróleo começaram a ser explorados em 2013. Para ser elegível ao programa municipal, os moradores devem viver pelo menos 3 anos na cidade e receber três salários mínimos durante o período.

“Nossa meta é expandir para a renda básica universal, uma vez que o fundo soberano seja capitalizado o suficiente para apoiar o programa de maneira sustentável”, disse Igor Sardinha, Secretário de Desenvolvimento de Maricá à Americas Quarterly.

De fato, o uso de moedas virtuais são mais um elemento que certamente coloca o plano de Maricá como destaque pela revista internacional. Além disso, a implementação da renda básica universal desde antes da pandemia foi o que chamou atenção.

Cartão Mumbuca
Cartão Mumbuca – Foto Michel Monteiro/Reprodução

Cabe o destaque que o PIB do município é maior que o de São Paulo, devido ao recurso proveniente do pré-sal. Para quem acredita que as moedas fiduciárias, como o real, são ruins, ver o governo colocar dinheiro dessa forma não é o melhor caminho. No Brasil, deputados federais como, por exemplo, Kim Kataguiri defendem a adoção da renda básica.

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